Resident Evil Brasil 1

14 novembro 2010

Resident Evil
Brasil


Felipe e Daniel. Esses eram os nomes de dois garotos muito amigos que estavam sempre juntos. Eles estavam sempre juntos na casa de um ou do outro se divertindo. Eles adoravam jogar Playstation 2 e navegar na internet. Felipe não tinha internet nem ps2. Por isso Felipe ia mais à casa de Daniel do que Daniel na casa de Felipe. Os dois eram muito amigos, e a mãe de Daniel era dinda de Felipe. Felipe ia à igreja todo sábado à tarde, pois ele participava de um grupo de jovens, do qual Daniel já participou, porém ele desistiu. Os dois faziam crisma juntos todo sábado pela manhã. Muitas vezes eles iam a uma Lan House jogar Playstation #3 ou jogos em rede no PC após a Crisma. Os dois gostavam muito de jogos, e falavam quase só nisso. Os dois viviam juntos assim há anos, desde que aprenderam a falar, pois a família de ambos eram muito amigos, e a geração lhes tornou melhores amigos. Daniel estudava em um colégio ao lado do colégio em que Felipe estudava. Felipe estudava no Barbosa Rodrigues, e estava no primeiro ano do ensino médio, e Daniel estudava no Gensa na oitava série do ensino fundamental. Felipe era um ano mais velho que Daniel. Os dois estudavam de manhã, e muitas vezes se reuniam de tarde pra fazer alguma coisa.
Certo dia Daniel ligou para Felipe pela noite, pois ele só ligava a noite, que era o horário que sua mãe não estava em casa e seu padrasto estava trabalhando, então Daniel ficava muito tempo no telefone com Felipe.
- Felipe, óh o telefone... – gritou a mãe de Felipe que atendeu ao telefone.
- Já vou! – gritou ele de volta. Ele estava no seu computador escrevendo histórias e detonados de jogos de videogame, pois ele adorava fazer isso.
Ao chegar ao telefone, sua mãe saiu de perto e ele puxou uma cadeira, sentou e disse:
- Alô!
- Daêe meu! – respondeu Daniel sempre com seu jeito engraçado. – Beleza?
- Tô beleza, e aí?
- Beleza. Olha só cara... Eu tava querendo saber se tu não queria vir aqui em casa amanhã. Pode?
- Não sei. Se páh eu posso. Que dia é amanhã? – perguntou Felipe que nem sabia que dia era. Ele era um cara um pouco desligado.
- Quinta-feira – respondeu Daniel após pensar um pouco na resposta.
- Pô cara! Tu sabe que quinta e terça eu não posso! – respondeu rapidamente Felipe, que não podia nesses dias por que nesses dias ele fazia treino de Taekwondo. – Sabe que eu tenho treino!
- E na sexta?
- Eu acho que posso se não tiver nada pra fazer pra minha mãe. E aí? Vamos virar o Resident #4 de novo?
- Vamos! Vamos gastar desta vez! Fazer um speedrun quem sabe!
Os dois eram muito viciados em Resident Evil, e era o jogo preferido dos dois.
- Entón tá! – disse Felipe, que dizia entón e não então, ele costumava falar algumas coisas errado quando estava junto de Daniel, só de avacalhação. – Se eu puder sexta-feira eu apareço aí.
- Então vem mesmo. Quero te mostrar uns jogos novos na internet. – disse Daniel empolgado.
- Que hora?
- A hora de sempre. Chega aí lá pelas duas.
- Tá bom. Vou lá que minha mãe tá me chamando pra jantar. É isso aí. Falou!
- Falou Felipe.
Felipe desligou o telefone e foi jantar. Ele ficou louco de vontade de que chegasse logo a sexta-feira para ele ir para a casa de Daniel. A avó de Felipe morava na mesma Rua de Daniel, então Felipe ia dormir na casa de sua avó, mas passava todo o dia na casa do amigo.
No outro dia Daniel ficou o dia inteiro mexendo na internet, pois ele e Felipe adoravam mexer no Orkut, MSN e um jogo online chamado Habbo. Felipe chegou do colégio, almoçou, dormiu um pouco, e depois foi para o treino de Taekwondo. Ele fazia Taekwondo com mais dois colegas, Nickolas, que era bem louco, e o Leandro, que todos chamavam de Soneca, por estar sempre com cara de sono e bem quieto. Felipe chegou do treino bem cansado, tomou café da tarde, e foi para a casa de William.
William era outro primo emprestado de Felipe. A mãe de William era casada com o tio paterno de Felipe, o Tio Kiko. O pai de Felipe tinha quatro irmãos, e dois moravam no mesmo pátio que ele, e um deles eram o Tio Kiko, portanto Felipe e William moravam no mesmo pátio, e estavam sempre fazendo alguma coisa juntos, mas não tanto como era com Daniel. William estudava de tarde, e tinha chegado a pouco do colégio quando Felipe bateu a sua porta. Pra variar, William estava comendo. William era bem comilão, e um tanto guloso e gordinho. Ele e Felipe eram bem amigos, e ele também ia a um grupo de jovens da igreja, mas Felipe e ele estavam seguidamente brigando, pois William estava sempre aprontando.
- E aê William!
- Daí!
- Pode fazer alguma coisa hoje?
- Aham. Minha mãe não tá em casa. Entra aí! Vamos entrar na net.
William e Felipe costumavam jogar futebol, fazendo as árvores do pátio como goleiras, costumavam jogar Resident Evil #4, que era o único jogo que William tinha e gostava, e costumavam navegar na internet, pois William tinha dois computadores. Ele era um viciado em tecnologia.
Felipe entrou e eles foram para o quarto de William entrar na internet. Felipe falava pouco com William enquanto estavam na internet, pois ele ficava olhando seu Orkut e jogando Habbo. William falava menos ainda com Felipe enquanto estavam na internet, pois William estava sempre bem concentrado em sites de venda de câmeras digitais, celulares, mp5, etc. menos ainda quando não estava hackeando algum Orkut de outra pessoa.
Felipe entrou no seu MSN e viu que Daniel estava online, e imediatamente falou com ele.
FELIPE DISSE:
- Daêe.
DANIEL DISSE:
- Daêe Felipe. Vai vir amanhã?
FELIPE DISSE:
- Aham. Já falei com a minha mãe. Daêe eu vou dormir na minha avó.
DANIEL DISSE:
- O Vítor vai dormir aqui hoje.
Vítor era um colega de Daniel que era muito louco. Ele era o mais bagunceiro da turma de Daniel. Ele e Daniel algumas vezes fingiam estar brigando ao saírem do colégio meio-dia para chamar atenção dos outros alunos. Vítor estava sempre levando bilhetes para casa. Vítor era bem louco, literalmente. Dele há pouco para falar.
FELIPE DISSE:
- O Vítor? Há, há, há...
DANIEL DISSE:
- Tá na casa do William?
FELIPE DISSE:
- Sim.
- Tá falando com quem? – perguntou William.
- Com o Dani. – respondeu Felipe. – E tu?
- Com a Monique, a Karol, a Gabi, a Karine, o Hamudy... – e por aí ia longe à lista de amigos que William estava conversando, porque ele tinha tantos amigos no Orkut e contatos no MSN que alguns ele nem sabia quem era.
DANIEL DISSE:
- Báh cara! Fui tri bem naquela prova de história que eu te falei.
FELIPE DISSE:
- Áh é...
E eles conversaram sobre provas e sobre colégio até a hora em que a mãe de Felipe lhe chamou para jantar, e depois ele foi dormir para o outro dia chegar mais rápido. É que ele tinha esse problema, que sempre que havia alguma coisa que lhe importava para fazer, ele ficava agoniado para fazer logo, e queria que chegasse logo a hora.
No outro dia Felipe foi para a escola, pensando apenas em chegar a sua casa, pegar a bicicleta e ir para a casa de Daniel. Ele estava sempre andando de bicicleta. A casa de Daniel ficava um pouco longe da de Felipe, mas com a bicicleta ele ia bem rápido. Naquele dia, ele mal conseguiu prestar atenção na aula, pois queria chegar à casa de Daniel e jogar videogame.
E foi isso que ele fez. Chegou a sua casa, largou a mochila em cima da cama desarrumada, e foi almoçar.
- Eu vou dormir lá na vó hoje, tá mãe? – perguntou enquanto se servia.
- Tá bom, só não fica lá até meia noite, como tu sempre faz tá?
- Tá... – respondeu Felipe rindo enquanto engolia um pedaço de carne. Ele sabia que não devia ficar na casa do amigo até àquela hora, mas eles se empolgavam com o jogo e sempre se esqueciam de cuidar a hora, e quando percebiam já era passada a hora.
Felipe se engasgou e sua mãe começou a falar:
- Viu o quê que dá tu fala de boca cheia, guri?
- É tonto, hein... – falou sua irmã Ana.
- Tonta é tu guria! – e começaram a brigar.
- Comam quietos! – disse o pai de Felipe, e assim foi o almoço de Felipe.
Depois de almoçar Felipe levantou da mesa, e foi para o quarto. Tirou os cadernos de dentro da mochila, e colocou as roupas que levaria. Isso já era rotina para ele, de tantas vezes que ele ia dormir na casa da avó para ir passar o dia na casa de Daniel. Colocou as roupas para dentro da mochila, tirou o uniforme do colégio, e botou seus bonés na mochila. Ele sempre levava todos seus bonés para trocar toda hora. Mas antes de sair sempre lhe passava pela cabeça que estava esquecendo alguma coisa.
Pegou a bicicleta e saiu.
- Tchau mãe! – gritou já estando na rua.
- Tchau! Eu vou ir visitar a Tia Helena com o pai. Não quer ir junto?
- Não. Já combinei com o Daniel.
- Arruma esse freio antes de sair Felipe. – falou seu pai, pois sabia que Felipe sempre andava sem freio.
Felipe não deu bola e foi rapidamente para casa de sua avó. Chegando lá já guardou a bicicleta, e deu um beijo na vó. Sua vó morava sozinha com o tio de Felipe, o Jairo.
- Oi Chiquinho! – era assim que Jairo chamava Felipe.
- Vai dormir aqui hoje, Lipe? – perguntou sua vó enquanto ele largava suas coisas no sofá.
- Sim. Fez algum bolo, vó?
- Hoje não. O Dani acabou de vir aqui perguntar se tu ainda não tinha chegado. Tu vai ir lá?
- Tô indo, tá? Que hora é pra vir jantar?
- Tu sabes. Sete e meia. – a vó de Felipe costumava jantar bem cedo.
Felipe atravessou a rua e gritou na frente da casa de Daniel. Daniel só apareceu na janela fazendo sinal para que Felipe abrisse o portão e entrasse. Felipe entrou, cumprimentou Daniel com o toque de mãos que eles inventaram, e fez a pergunta de sempre:
- Tá sozinho?
- Não. Minha mãe tá lá na cozinha.
Felipe foi dar oi para sua dinda, e depois os dois foram para a sala entrar na internet.
- Pô, cara. – disse Daniel enquanto o computador ligava. – Olha só aqui o cd novo do Guns, que eu comprei.
Daniel e Felipe curtiam muito Rock, principalmente Guns and Roses. O computador de Daniel demorava um pouco para ligar, então enquanto isso eles conversaram enquanto ouviam o cd de rock.
- Ô, Felipe... – começou Daniel. – Depois vamos jogar Resident.
- Claro.
- Tri esse cd, né?
- Aham.
- O computador ligou. Pega uma cadeira lá na cozinha.
Felipe pegou uma cadeira na cozinha e sentou-se a frente do computador ao lado de Daniel.
- Me deixe entrar no meu Orkut aí Dani. – falou Felipe.
- Tá. Depois eu vou te mostrar um joguinho que eu encontrei no clickjogos.com.
Eles entraram no MSN de Felipe, e Bruno, o primo de Felipe estava online. Felipe começou a falar com ele.
FELIPE DISSE:
- Daêe Brunão!
BRUNO DISSE:
- E aí!
FELIPE DISSE:
- Vai vir domingo? – perguntou Felipe, pois Bruno morava em Porto Alegre, não em Gravataí, e ele costumava visitar Felipe todos os domingos.
BRUNO DISSE:
- Acho que este domingo não, porque a mãe ta doente.
FELIPE DISSE:
- O que ela tem?
BRUNO DISSE:
- Gripe.
FELIPE DISSE:
- Não é a suína, né?
BRUNO DISSE:
- Claro que não!
- Vamos jogar cara! – falou Daniel.
- Tá bom! – respondeu Felipe a Daniel.
FELIPE DISSE:
- Eu vou jogar uns joguinhos aqui com o Dani agora, Bruno.
BRUNO DISSE:
- Tá.
FELIPE DISSE:
- Eu vou pousar na vó Dinorah hoje. Entra amanhã no MSN pra gente se falar de novo. Nessa mesma hora.
BRUNO DISSE:
- Então tá. Falou.
FELIPE DISSE:
- Falou Bruno.
Felipe e Daniel ficaram até a noite jogando um jogo chamado Boxhead, que Daniel encontrou no site clickjogos. O jogo era de matar zumbis. Felipe tomou café da tarde na casa de Daniel. Já passava das seis da tarde quando começou a escurecer.
- Daniel! – gritou Johnny lá da rua.
Johnny era um amigo de Daniel que morava na casa da frente, e chamava Daniel toda hora. Felipe não gostava muito de Johnny, porque ele se achava melhor que todos e era muito mentiroso. Felipe odiava pessoas mentirosas.
- O quê que é? – perguntou Daniel pela janela.
- Me empresta o Resident #4? Pra eu jogar com o meu primo Jonathan.
Daniel pensou um pouco e perguntou o que Felipe achava.
- Empresta pra ele. A gente fica jogando Boxhead na net. – respondeu Felipe.
Daniel pegou o jogo e levou para Johnny.
Passou-se algum tempo e Felipe disse que precisava ir jantar com sua vó.
- Falou. – disse Felipe.
- Vem aqui em casa amanhã de manhã.
- Tá.
- Péra aí! – disse Daniel. – Tive uma idéia!
- O quê?
- Pergunta pra sua avó se ela te deixa dormir aqui em casa hoje.
- Aham! Vou perguntar!
Felipe foi jantar com sua vó, mas quando estava atravessando a rua, viu um camburão bem grande passar bem rápido na esquina. O camburão era preto, e não tinha janelas. Ele tinha uma coisa escrita nas laterais, e foi isso que fez Felipe perceber o camburão. Havia o desenho de um guarda-chuva vermelho e branco e estava escrito: Umbrella Corp.
Esse era o nome da empresa americana que fazia os vírus do jogo Resident Evil.
- Deve ser a minha imaginação! – exclamou Felipe para si mesmo.
Ele não deu muita bola para aquilo, tentou esquecer e foi jantar com sua vó. Enquanto jantavam, ele perguntou a sua vó se podia dormir na casa de Daniel.
- Pode. Se a tua dinda deixar...
- O Dani disse que já falou com ela. Ela deixa.
- Então vai. – respondeu sua avó tossindo depois de se engasgar com um ossinho de galinha.
- Cadê o Jairo? – perguntou Felipe, que não viu o tio desde que voltou da casa de Daniel.
- Está dormindo. – respondeu sua avó enquanto servia um copo d’água para ver se passava a tosse.
Jairo costumava dormir às seis da tarde, quando o sol caía. Porém ele acordava as cinco da madrugada, antes do sol nascer. Felipe queria muito dormir na casa de Daniel, porque assim ele não se acordaria com o barulho do tio as cinco da madrugada.
- Não se esquece de fechar as portas aí, né vó? – disse Felipe para sua avó.
Felipe pegou suas roupas, deu boa noite para sua avó e foi para a casa de Daniel. Foi tomar banho, e depois ele e Daniel foram jantar olhando o programa #15 Minutos da MTV. Eles jantavam sozinhos, pois a mãe de Daniel foi para o colégio Dom Feliciano, pois toda noite ela tinha aulas de um curso técnico no tal colégio, e Miguel, o padrasto de Daniel disse que ia passar a noite organizando as mercadorias novas que chegaram à grande quantidade para seu mini mercado. Enquanto comiam os sanduíches que Daniel fez (pois era a única coisa que eles sabiam fazer em uma cozinha), os dois conversavam, e Felipe contou sobre a imaginação fértil que teve ao ver um camburão com o símbolo da Umbrella.
- A gente tem que parar de pensar em Resident um pouco, cara! – exclamou Daniel.
- Aham! – respondeu Felipe, enquanto servia-se de outro sanduíche. – E o Vítor? Que hora foi embora hoje? Ele posou aqui, né?
- Não. Ontem quando agente estava jantando, a mãe dele ligou e chamou ele porque encontrou um bilhete no meio dos cadernos dele. Aí ela ligou e disse pra ele voltar pra casa dele, então minha mãe levou ele.
- O Vítor é muito bagunceiro, né?
- Aham! – respondeu Daniel e os dois começaram a rir.
- E o teu time? – perguntou Felipe. Daniel montou um time de futebol com seus amigos da vizinhança. Eles fizeram camisetas com o nome do mercado do padrasto de Daniel como patrocinador, e marcavam jogos com times de outros bairros.
- Os guris foram jogar lá na chácara hoje, e vão ficar lá até tarde da noite.
- E por que tu não foi?
- Pra gente ficar aqui na net, que pra variar fazia tempo que tu não vinha aqui, né!
Após jantarem os dois foram para a internet, ver vídeos de outros jogos e procurar mais jogos legais no clickjogos. Se deixassem, os dois passavam a noite a falar de futebol, videogame, rock e internet, mas certa hora a mãe de Daniel ligou do colégio e disse que iria brigar com ele se chegasse e os dois estivessem acordados, e principalmente mexendo na internet, pois eles precisavam acordar cedo para ir a Crisma. Daniel nem deu bola, mas Felipe convenceu-o de irem dormir. Daniel arrumou a cama de Felipe na sala. Depois de irem se deitar, Daniel começou a jogar almofadas em Felipe pelo corredor. Os dois não conseguiam dormir de jeito nenhum.
Até que entrou uma rajada de vento muito forte pela janela da sala e congelou os dois de frio. Felipe fechou a janela que eles tinham esquecido aberta. Então os dois se deitaram, e tentaram dormir até a mãe de Daniel chegar do colégio, mas foi difícil dormir, pois começou um barulho muito forte, como de aviões. Os dois olharam pela janela por um instante, mas não viram nenhum avião, porém, o barulho continuou por horas, até que os dois caíram no sono da escuridão da noite.
Pela manhã, Daniel foi acordado por Felipe que estava muito assustado.
- Mãe? – perguntou Daniel que parecia que estava dopado.
- Cara! Levanta! Vem cá!
Felipe puxou Daniel da cama e abriu a janela. Daniel olhou para a rua e perguntou:
- O quê? Não tô vendo nada de mais. Eu já conheço a minha rua.
- Não cara! Olha que hora é! É meio dia! – Felipe estava apavorado.
- E daí? – perguntou Daniel que não estava entendendo nada e só pensava em voltar para a cama e roncar.
- Cara! É meio dia e está tudo vazio! Olha! Não tem ninguém na rua! Nenhum barulho! Nem de carro! Como é possível o mundo estar totalmente em silencio?!
- Sei lá. – respondeu Daniel e terminou com uma frase que fez Felipe ficar ainda mais apavorado e irritado. – Vai ver explodiram o presidente. Deixa-me eu dormir.
Neste momento o telefone tocou. Daniel atendeu.
- Alô... Tá bom. Vou passar pra ele. – e entregou o telefone na mão de Felipe.
Era sua mãe.
- Filho! – disse ela quase chorando. – Tu tá bem?
- Tô, por quê?
- Filho! Escuta a tua mãe! Eu liguei pra tua vó e ela disse que tu dormiu na casa do Daniel. Por qualquer coisa no mundo, por favor, não sai daí! Não sai pra rua e fecha bem as portas!
- Por quê?
- Por que tá tudo destruído e muito perigoso na rua! Não sai daí!
- E tu, mãe, tá aonde?
- Na casa da Tia Helena, aqui em porto alegre, e não vou poder voltar agora. Fica dentro de casa. Tu tá bem?
- Tô bem.
- Qualquer coisa liga pra cá! – antes que Felipe pudesse responder, o sinal ficou fraco, com chiados, até que o telefone ficou mudo.
Felipe largou o telefone no gancho e perguntou para Daniel:
- Onde tá a tua mãe?
Daniel estava com seu celular no ouvido, mas Daniel estava mudo e sério.
- Caiu a transmissão. Ficou mudo. – respondeu Daniel que já estava bem acordado.
- Onde está a tua mãe? – Felipe tornou a perguntar.
- Eu estava falando com ela agora. Ela ligou e disse que tá presa dentro do Colégio Dom Feliciano com um monte de alunos.
- Entón ela não veio ontem?
- Não. – respondeu Daniel olhando para o chão com uma cara de medo. Felipe começou a ficar com medo também.
- Por que ela não veio? – perguntou Felipe esperando que Daniel respondesse que foi porque a aula estava boa demais, e a mãe de Daniel resolveu morar na escola, porém a resposta de Daniel foi exatamente o que Felipe não queria ouvir e nunca imaginaria:
- Ela disse que... Que... Que Gravataí... Tá infestada de mortos-vivos!
Por um instante os dois ficaram parados um olhando para o outro, e tentando dar uma resposta, mas as palavras não saiam de suas bocas, até que os dois se sentaram e começaram a falar:
- Zumbis Dani!
- Zumbis Felipe!
- Cara! Minha vó! – disse Felipe.
- Tu quer saber se ela tá bem?
- Mas será que não é perigoso sair pra rua?
- Minha mãe ligou pra dizer isso. – disse Daniel. – Pra dizer que era pra gente ficar dentro de casa, e não sair de jeito nenhum, mas caiu a linha.
- Minha mãe disse a mesma coisa. – respondeu Felipe.
- E o Miguel tá lá no armazém arrumando tudo com a Flávia. – Flávia era a ajudante de Miguel no seu mini mercado.
- Tu quer ir lá? No armazém?
- Mas a gente não devia ficar em casa? – perguntou Daniel.
Os dois se olharam e começaram a rir.
- Cara, será possível!
- Meu caro Felipe – disse Daniel com seu jeito engraçado. – É como no Resident.
- Mas será que tem a ver com aquele camburão que eu vi ontem?
- Bá! Pior! Mas péra aí! A Umbrella é do Resident, e o Resident é só um jogo de Playstation!
Os dois se olharam, pensando em uma resposta aquela pergunta, mas só conseguiram pensar em ligar a TV.
Mas a TV não funcionava nenhum canal. Os dois se assustaram novamente. Então Daniel ligou o computador, para ver se conseguiam falar com alguém pela internet.
Já estava no MSN de Felipe, e Bruno estava online. Felipe clicou no nome dele imediatamente.
FELIPE DISSE:
- Bruno.
BRUNO DISSE:
- E daí, Cabeça! – era assim que chamavam Felipe muitos de seus amigos. – Tentei te ligar, mas tu já deve saber que o telefone não está funcionando aí em Gravataí. Tá no Dani?
FELIPE DISSE:
- Aham. Como tu sabe que o telefone aqui não tá funcionando?
Felipe e Daniel estavam tão nervosos, que cada vez que Bruno estava digitando alguma coisa os dois aproximavam a cara impulsivamente da tela até aparecer à mensagem, como se aquilo fizesse a mensagem chegar mais rápido.
BRUNO DISSE:
- Eu descobri muitas coisas e precisava falar com vocês dois imediatamente. Vocês estão trancados aí?
FELIPE DISSE:
- Sim.
BRUNO DISSE:
- Tá. Não saiam para rua! Tá cheio de zumbis lá fora!
Daniel e Felipe se olharam espantados, tentando imaginar como que Bruno descobriu tudo aquilo a distância.
BRUNO DISSE:
- Foi a Tricell. Eles espalharam o T-Vírus por três cidades de cada estado do Brasil, somente cidades pequenas, para que o vírus se espalhasse mais rápido, e a noticia demorasse mais para se espalhar. Nenhuma capital. Eles espalharam o vírus com aviões daqueles que molham as lavouras, sabe...
FELIPE DISSE:
- Eu vi ontem um camburão preto com o nome da Umbrella quando eu estava indo jantar com a vó. Passou na esquina.
BRUNO DISSE:
- Que horas?
FELIPE DISSE:
- Sete e meia.
BRUNO DISSE:
- Isso mesmo. Esses camburões eram da Tricell. Eles vieram com uma equipe para destruir as torres de transmissão telefônica, para impedir contato entre sobreviventes. O ataque as torres deve ter sido logo depois que tu jantou na vó Dinorah. Por isso que os telefones não estão funcionando aí.
- Nossa! – Felipe e Daniel disseram ao mesmo tempo.
BRUNO DISSE:
- Depois de destruírem as torres de transmissão, eles liberaram por toda a cidade de Gravataí o T-Vírus com os aviões, e todas as pessoas que estavam na rua ou com portas abertas inalaram o Vírus e se transformaram em zumbis.
- Bá, cara! A gente fechou a janela ontem antes de começar o barulho dos aviões! – exclamou Daniel.
FELIPE DISSE:
- Mas a gente olhou pela janela quando ouvimos o barulho dos aviões e não vimos nada além do som.
BRUNO DISSE:
- Os aviões estavam sem luzes acesas, por isso que o ataque foi feito a noite, para as pessoas não perceberem os aviões lavrando a cidade.
FELIPE DISSE:
- Mas eu vi Umbrella escrito, não Tricell.
BRUNO DISSE:
- Foi uma estratégia da empresa, porque somente fãs do Resident reconheceriam, mas saberiam que a Umbrella já faliu, então isso foi apenas para deixar duvidas aos que vissem os camburões como você.
FELIPE DISSE:
- Mas a Umbrella existe? Não é só um jogo?
BRUNO DISSE:
- A Umbrella existe, e é a mesma Tricell, mas os personagens não existem. Eles são apenas personagens, porém esse ataque em Gravataí provou que a Umbrella existe. Mas apenas fãs reconheceriam.
FELIPE DISSE:
- E como tu sabe tudo isso?
BRUNO DISSE:
- Tua mãe ligou pra cá ainda pouco pra avisar sobre o que aconteceu, e por coincidência eu estava na internet olhando aquele site só do Resident, o revil. Aí percebi que tinha coisas novas no site, sobre um novo Resident Evil. A página foi atualizada ontem à noite. Eu li tudo sobre esse novo Resident, o primeiro Resident na América do Sul. A sinopse conta que seria liderado pela Tricell, um ataque em pequenas cidades de todos os estados do Brasil e de toda a America do Sul. Mas aqui é só um jogo, porém isso é verdade, mas somente os garotinhos fãs de Resident Evil saberão que não será apenas um jogo, e sim que já está acontecendo.
FELIPE DISSE:
- Mas como que minha mãe sabia, se ela tá na casa da Tia helena aí em porto alegre?
BRUNO DISSE:
- Ela ligou pra vó Dinorah pra falar com ela e a vó contou pra tua mãe como estavam às ruas aí. Depois disso a tua mãe ligou pra ti, e daí em diante tu já sabe.
- E agora? – perguntou Daniel e Felipe escreveu isso para Bruno, que respondeu:
BRUNO DISSE:
- É bom tu ir lá ver a vó, né?
FELIPE DISSE:
- Quando descobrir mais coisas manda por Orkut pra mim ou pro Dani, aí a gente se fala por MSN. Agora eu e o Dani vamos pensar no que fazer. Falou.
BRUNO DISSE:
- Falou. – terminou Bruno.
- E agora, cara? – perguntou Felipe desesperado.
- Vamos lá ver a tua vó.
- Mas tem zumbis na rua!
- Cara! É difícil de acreditar, né?!
E assim ficaram até vinte minutos depois decidindo o que fazer. A mãe de Felipe estava fora da cidade, e a mãe de Daniel estava refugiada dentro do colégio Dom Feliciano, e os dois queriam ficar junto das pessoas que estivessem mais perto dos dois. A vó de Felipe que era quase na frente da casa de Daniel, e o padrasto de Daniel, Miguel que estava refugiado dentro do seu minimercado com sua ajudante Flavia.
Então eles primeiro pensaram em ir à casa da vó de Felipe. Daniel não estava nem um pouco preocupado em sair na rua, mas Felipe estava com medo de ver algum conhecido vagando sem vida pelas ruas. Seria muito horrível para os dois encontrar algum amigo ou parente transformado em zumbi. Mas os dois sabiam que não poderiam sair na rua sem se equipar.
- Pega alguma ferramenta Dani, pá, vassoura, sei lá...
- Aham. Pega essas raquetes de tênis que eu vou com a pá. – disse Daniel, que mesmo em um momento como aquele conseguia continuar brincalhão, e falando besteiras.
- É sério Dani! – exclamou Felipe sem rir da piada.
- Tá bom. Eu pego a pá e tu fica com a foice Felipe.
- Aham.
E assim saíram para rua, tentando agir normalmente, mas não agüentaram e correram até a casa da vó de Felipe. Para sorte dos dois amigos, não havia nenhum morto vivo na rua deles.
Felipe bateu na porta como um louco, mas primeiramente não houve resposta, e ele se preocupou mais. Bateu de novo e novamente não houve resposta. Então Felipe começou a gritar pela vó, mas Daniel disse para ele parar de gritar para não chamar atenção de qualquer coisa que estivesse à solta pelas ruas.
Mas ao ouvir os gritos de Felipe, sua vó, que estava escondida apareceu para vê-lo, mas ela estava na casa da vizinha, a dona Maria, na casa ao lado. Felipe e Daniel entraram rapidamente na casa da dona Maria. Felipe deu um abraço na vó, que já estava rezando e fazendo antigas simpatias contra coisas ruins.
- Vó, tu tá aqui desde quando? Aqui na casa da dona Maria?
- Desde que amanheceu. Eu acordei e vim prá cá, porque aqui com a dona Maria é mais seguro.
- Tu sabe o que ta acontecendo, vó?
- Sei. Os mortos tão vivos! Como que tu sabes Lipe?
- Me falaram. O Bruno da tia Neca, pra ser exato. E como é que tu sabia disso vó?
- Quando o Jairo saiu caminhar ao nascer do sol, como ele sempre faz, ele disse que viu um zumbi.
- É verdade Chiquinho! – concluiu o Jairo.
- Primeiro eu não acreditei, mas aí a Dona Maria chamou-nos eu e o Jairo pra ficar aqui com ela e não deixá-la sozinha, então eu acreditei. Mas meu Deus dos céus! Será possível?!
- Dona Maria, obrigado por fazer isso pela vó.
- Mas que nada – respondeu Dona Maria sempre bondosa. – Eu também não queria ficar sozinha.
- Agora eu vou ficar aqui, Lipe, na casa da dona Maria. Pelo menos até isso passar.
- O que houve com a sua cachorra, Dona Maria? – perguntou Daniel que estava quieto até então.
Ao ouvir isso Felipe percebeu que em um canto da área estava à cadela de Dona Maria, a Princesa, caída morta em uma poça de sangue.
Jairo fez uma cara de nojo diferente da que Daniel fez, e a vó de Felipe nem quis olhar, e dona Maria tentou segurar as lágrimas.
- O que aconteceu? – perguntou Daniel novamente.
Dona Maria respondeu com os olhos cheios de lagrimas, e ela parecia já ter chorado bastante.
- Quando eu acordei, ela estava diferente, agressiva comigo... E tentou me morder, e acabou arrancando um pedaço da minha roupa. Ela estava estranha, parecia que nem era ela, ou que ela não tinha mais alma... E então eu a chamava pelo nome e não adiantava, mas quando larguei comida para ela, ela nem se quer cheirou, parecia que ela queria comer eu, não a carne dela... Então eu tive que... Que...
E dona Maria não conseguiu terminar a explicação, pois estava envolta em lagrimas, e Felipe e Daniel viram uma faca cravada na cadela, e isso fez com que Felipe e Daniel entendessem tudo.
Todo esse tempo eles estavam trancados dentro de casa. Felipe perguntou para sua avó se não precisava pegar nada em sua casa, já que iam ficar na casa de Dona Maria, mas a avó de Felipe já havia trazido tudo, roupas, comida, dinheiro, celular (que estava sem sinal, mas ela nem sabia), e seus pertences preferidos. Jairo trouxe apenas um monte de jornais e roupas. Jairo passava muito tempo recortando jornais, pois ele não trabalhava.
Felipe e Daniel explicaram tudo sobre o que aconteceu e sobre o T-Vírus para sua vó, Jairo e a Dona Maria, e depois disseram que queriam ir até o armazém falar com Miguel, e talvez ir até o centro e ir na casa de Felipe falar com sua irmã, que era a única que estava em casa, e ir no colégio Dom Feliciano para Daniel ver sua mãe. Mas a vó de Felipe e Dona Maria ficaram meia hora tentando convencer os dois de não fazerem isso, porém eles já estavam decididos. Já era final de tarde, pois eles passaram o dia inteiro quase junto da vó de Felipe. A vó de Felipe começou a rezar, e Jairo estava brabo porque a TV não estava funcionando.
Dona Maria entregou bolachas que ela tinha acabado de fazer para Daniel e Felipe. Os dois agradeceram, Felipe abraçou a vó, e eles saíram correndo com a pá e a foice nas mãos até o minimercado do Miguel, e para o bem deles novamente não encontraram ninguém.
- Eu não acredito que nós estamos fazendo isso, cara! – exclamou Felipe.
As portas do armazém estavam fechadas, e ao bater de Daniel, já se ouviu a voz de Miguel:
- Seja quem for eu tô preparado! Se entrar morre!
- Sou eu, o Dani!
No mesmo instante a porta se levantou e os dois entraram. Depois de se trancarem dentro, Daniel e Felipe explicaram tudo a Miguel e Flavia. Miguel queria ir até o centro de Gravataí para buscar a mãe de Daniel.
- Não! – disse Flavia, que não queria ficar sozinha apenas com os dois ali. Ela já estava encharcada com as próprias lagrimas de tanto medo.
Então eles conversaram, e depois de mais meia hora Miguel aceitou que Felipe e Daniel fossem até o centro da cidade, mas com a condição que voltassem logo. Felipe e Daniel apenas se olharam, pois sabiam que levariam dias talvez para voltar. Flavia desejou sorte aos dois, e abriu a porta para os dois. Antes de sair Daniel botou na cintura uma faca de açougueiro de Miguel.
Quando estavam saindo, Miguel chamou-os e disse:
- Daniel, vai lá a casa e pega na minha gaveta do roupeiro no quarto da tua mãe a arma que eu já te falei. A chave do cadeado da gaveta está em algum lugar na garagem. Cuidado.
- Tchau. – falaram os dois ao mesmo tempo e a porta se fechou. Os dois correram de volta até a casa de Daniel para pegar a arma de Miguel.
Miguel já havia servido o exercito, e por isso tinha um revólver antigo guardado. Mas ao dobrarem a esquina para voltarem a Rua de Daniel, viram um zumbi andando lentamente em direção da casa de Johnny.
Os dois se olharam, pensando o que fazer. Vários sentimentos se passavam na cabeça dos dois naquele momento, como medo de se aproximar, vontade de enfrentar como no jogo Resident Evil, excitação de estar vendo o que nunca pensariam ter que ver, curiosidade de saber quem era aquele zumbi, e tantos outros pensamentos que se passaram quando Felipe sentiu uma mão tocar as suas costas, e saiu correndo.
Era apenas o galho de uma árvore, mas com o susto Felipe saiu correndo, e Daniel o acompanhou para não ficar para trás. Eles desviaram do zumbi e entraram correndo na casa de Daniel. Ao entrar se trancaram, e deram uma volta na casa para ver se estava vazia. E estava.
- Putz! Eu nunca queria dizer isso, mas que medo! – disse Felipe, e Daniel concordou de primeira, mas lembrou Felipe de acharem logo a chave.
Daniel e Felipe começaram a vasculhar toda a garagem em busca da chave da gaveta, e após alguns minutos desperdiçados, Daniel disse que achou. A chave estava dentro da caixa de sapatos, onde no fundo ficavam revistas de crochê da mãe de Daniel, revistas de videogame de Daniel, e revistas adultas de Miguel, e em meio a uma dessas estava à chave. A chave tinha um chaveiro daqueles que se pode prender na cintura.
- Esse Miguel, hein... – disse Daniel e os dois começaram a rir. Logo correram para o quarto e abriram a gaveta, e no fundo estava o revólver antigo de Miguel, uma Colt 1945, com apenas três balas contidas. Os dois pegaram facas, chaves de fenda, isqueiros, qualquer coisa que servisse como arma e botaram tudo junto na mochila de Felipe.
Na mochila iam também alguns sanduíches, dos que sobraram da janta do outro dia, caixa de fósforos, lanternas, garrafas d’água, CDs, o mp4 de Daniel e outras coisas. Celulares não eram necessários, pois estavam sem sinal. Na mochila de Daniel iam as roupas deles. Felipe estava com a pá em mãos, e carregava nas costas a foice, que eram suas melhores armas, mas Daniel estava com a pistola. Miguel já tinha ensinado Daniel uma vez a mexer em uma arma, e tanto Daniel como Felipe já tinham uma noção de como era mexer em uma arma por ver tantos filmes e jogos de guerra.
- Eu nunca pensei que a gente fosse usar uma arma, ainda mais contra zumbis! – exclamou Daniel.
Daniel pegou a chave da casa e saíram. Mas aquele zumbi estava dentro do pátio já, e eles não tinham para onde correr. Daniel não pensou duas vezes e atirou no zumbi. Ele continuou caminhando na direção dos dois, gemendo e olhando para os dois com uma cara sinistra, de fome, mas Felipe deu uma “pazada” nas pernas do zumbi que caiu. Mas ele continuava gemendo e tentando se levantar, então Felipe lembrou Daniel que devia atirar na cabeça, e Daniel aproveitou que o zumbi estava caído no chão e atirou sem errar. O zumbi ficou caído no chão, totalmente morto.
Após o som estrondeante dos tiros, tornou-se um silencio absoluto que os dois ainda não haviam percebido. Era um silencio total, nem o som de carros, nem televisões, nem música, nem cachorros latindo, nem vozes das pessoas na rua, nada. A única coisa que ouviram foi à respiração do outro durante os dois minutos que passaram imóveis olhando aquele corpo morto cheio de sangue aos seus pés e o eco do tiro. Naquele espaço de tempo, passaram-se muitos pensamentos na cabeça dos dois: remorso por ter matado um homem; alegria por terem se salvado de um zumbi do T-Vírus; medo por saberem que haverá muitos desses no caminho; vontade de sair dali para tentar esquecer aquela cena; insegurança por saber que podiam não ter acertado; e nojo pelo sangue.
- Minha mãe vai-me chingar por eu ter feito isso no pátio de casa! – brincou Daniel.
Os dois saíram dali para tentar esquecer aquela cena. Mesmo pelo som dos tiros, ninguém apareceu, a cidade estava toda infectada mesmo! Eles queriam chegar ao centro da cidade, mas teriam que seguir um caminho muito longo. Daniel queria ir pela rua do armazém, mas Felipe não quis porque as ruas por aquele lado são pequenas, então seguiram pela rua que Felipe sempre veio. Eles até pensaram na bicicleta de Felipe, mas como Daniel não tinha bicicleta, tiveram que ir a pé. Pelo caminho havia vários zumbis, mas os dois correram como loucos até chegarem à metade do caminho, pois estavam cansados, mas queriam chegar ao centro antes do anoitecer.
- Péra aí! – disse Daniel, que estava cansado.
- Vamos logo, cara. A gente já tá aqui, falta só um quilometro, eu acho...
- Mas Felipe, aqui é o cemitério, vamos pela outra rua.
- É mesmo! Nem pensar em passar pelo cemitério, né! Nessas situações, não se sabe o que pode acontecer, não é...
Os dois seguiram pela outra rua, correndo desviando de tudo. Mas quando estavam passando pelo estádio do Atlético Clube Cerâmica, ouviram um latido. Os dois já sabiam como ficavam os cachorros infectados pelo T-Vírus, e se olharam amedrontados, sem saber o que fazer. Eles tinham se esquecido deste detalhe. E ao olharem para trás avistaram um cachorro de rua, que corria na direção deles.
O cachorro era mesmo um Cérbero, pois ele estava totalmente em carne viva, e seus olhos estavam escuros demais, e ele estava louco para morder os dois. Era horrível.
Simplesmente correram e pularam a grade de uma casa. Eles pularam tão rápidos e facilmente a grade da casa como se estivessem acostumados a fazer aquilo, pois o medo era muito grande. Felipe quase não conseguiu, pois sua roupa trancou na grade, e ele estava carregando mais peso, mas jogou a mochila para dentro e se jogou, rasgando suas calças entre as pernas. Daniel o levantou, pois o cachorro chegou à grade e Felipe estava encostado.
Os dois estando do lado de dentro, o cachorro começou a pular para tentar entrar. Os dois tinham que seguir, e o único jeito de seguir eram matando o cão. Daniel atirou com a pistola de Miguel, e o cachorro caiu morto.
- A última bala! – exclamou Felipe, mas Daniel respondeu que eles não tinham saída.
Os dois estavam saindo pelo portão, quando a porta da casa se abriu e um homem lhes chamou para entrar, e ao verem que era alguém não infectado, entraram.
- Entrem. Rápido! – disse o homem.
Ele era bem grande, e devia ter uns quarenta anos. Ele parecia ser amigável.
- Quem são vocês? – perguntou o homem após fazer sinal para os dois se sentarem.
- Eu sou Daniel e esse é o Felipe.
Os dois estavam muito aliviados por acharem mais alguém não infectado.
- E o que vocês estão fazendo na rua? Vocês não sabem que está tudo tomado pelo T-Vírus?
- Claro! Mas queremos achar minha mãe! – respondeu Daniel rapidamente.
- Como o senhor sabe do T-Vírus? – perguntou Felipe.
- Eu conheço Resident Evil, garotos. – disse e soltou uma risada. – É muito arriscado sair por aí, está quase noite, e ainda mais vocês, cuidem-se. O que posso oferecer a vocês? Tenho que dar alguma coisa como gratidão por terem matado aquele Cérbero.
- Nada, obrigado. – respondeu Felipe puxando Daniel para irem embora antes do anoitecer.
- Eu admiro muito vocês por estarem se arriscando assim – disse o homem olhando pela janela para ver se era seguro abrir a porta para os dois saírem. – eu sempre quis viver Resident Evil, mas acho que estou velho demais para isso agora... – e ao abrir a porta entrou um zumbi e mordeu em cheio o ombro do homem.
Felipe e Daniel não sabiam o que fazer, até que Daniel puxou a foice das costas de Felipe e bateu na perna do zumbi que caiu com o joelho quebrado. O homem sentou-se no chão, com a mão no ombro, gemendo de dor junto com os gemidos do zumbi que continuava tentando se levantar, e disse:
- Saiam daqui garotos, saiam antes que seja tarde! Vão logo! Vão! Está ficando noite!
Daniel puxou Felipe e eles saíram correndo como loucos.
- Nós temos que ajudar ele! – gritou Felipe, que estava apavorado.
- Não dá mais, cara! Vamos Correr!
- Você viu de onde saiu aquele zumbi! – falou Felipe espantado.
- Sei lá. – falou Daniel que tirou uma barra de chocolate do bolso e ofereceu a Felipe.
- De onde tu tirou isso, Dani?
- Peguei lá no Miguel. Rí, ríííí...
Os dois correram em disparada até a casa de Felipe, e ao chegarem à frente da casa de Felipe, o sol estava quase totalmente sumido. Na Rua de Felipe havia uma cadela branca, que vivia na rua, e ela estava morta, baleada em um canto da calçada.
- Será que foi a minha irmã? – perguntou Felipe, que estava ficando preocupado, porém, eles estavam bem satisfeitos por terem chegado à casa de Felipe.
- Vamos entrar logo!
Entraram olhando para os lados, pois a casa de Felipe tinha muito mato em volta, e podiam ter muitos zumbis ali, e Felipe estava rezando para que sua irmã estivesse bem, pois ela era a única que estava em casa. Sua mãe e seu pai estavam em Porto Alegre, e seu irmão morava longe dali. Daniel pegou a foice e guardou a arma de Miguel, e Felipe estava com a pá. Felipe tocou a campainha, mas ninguém atendeu, e isso o preocupou. Ele pegou sua chave na mochila e disse:
- Vamos entrar pelos fundos.
Mas Daniel falou uma coisa que assustou Felipe:
- Mas para entrar pelos fundos tem que passar pelo Mutlei!
Mutlei era o cachorro de Felipe, e Felipe pensou um pouco, mas perceberam que a corda do cão estava arrebentada, e ele não estava ali, e assim Felipe se tranqüilizou um pouco, sabendo que não teria que ver seu cachorro transformado em Cérbero. O outro cachorro de Felipe, o Bento, também não estava ali e sua corrente estava arrebentada. Eles entraram e Felipe foi gritando até o quarto de sua irmã, mas a casa estava vazia.
- Felipe! – gritou Daniel para Felipe que estava colocando outra calça quase chorando de medo e preocupação.
Daniel estava mais despreocupado.
- O quê?
- Olha, encontrei esse bilhete. Tava colada na geladeira.
Felipe puxou o bilhete da mão de Daniel rapidamente e leu.
VÔ DORMIR Na CASA do FERNANDO.
AMANHÃ EU VOLTO pro ALMOÇO.
Ana. BEIJOS
Fernando era o namorado de Ana, sua irmã. Após ler o bilhete Felipe se acalmou.
- Vamos logo cara! Tá ficando noite! – disse Daniel que queria ir logo salvar sua mãe.
- Tá. Que bom que a Bebel dorme aqui dentro, se não ela estaria infectada. – disse Felipe, feliz que sua gatinha estava salva.
- Onde ela tá? – perguntou Daniel.
- Dormindo na minha cama.
Felipe fechou a porta e eles saíram.
- Será que o teu Tio Kiko ou o William não estão em casa, Felipe?
- Não, o William disse que iria visitar uma dinda dele em Santa Catarina, o meu tio e a mãe do William foram junto.
- E o teu outro tio, o Tio Fernando?
- Ele seguido vai pescar e beber com os amigos dele, e ele foi ontem, ainda não deve ter voltado.
E na frente da casa de Felipe era o fundo de uma loja de carros, a San Remo. Daniel falou:
- Tá pensando a mesma coisa que eu?
- Não! Tá louco! Não vamos roubar os carros dessa loja!
- Cara! Esqueceu que não tem ninguém pra impedir? O mundo agora é diferente. Vem logo! – disse Daniel que estava louco para pegar um carro da loja. – Vamos aproveitar os novos tempos!
Eles entraram e escolheram um Jipe, daqueles feitos para qualquer terreno.
- Entón tá! – concordou Felipe.
Felipe estava sempre brabo por os Jipes estacionarem na sua calçada, e adorou pegar um deles. Daniel foi até uma sala onde estavam os documentos e as chaves dos carros. Eles entraram, e Daniel desativou o alarme do carro. Os dois saíram pela frente da loja e foram em direção do Colégio Dom Feliciano. O único problema era que Daniel nunca havia dirigido, e nem Felipe. Daniel estava dirigindo como um louco, mas aos poucos foi pegando o jeito. E para isso que trouxeram os CDs, pois foram até onde queriam chegar escutando Green Day. As estações de radio estavam sem sinal, e sem chances de alguém pedir ajuda pelo radio.
Durante o caminho eles passaram por vários zumbis, e nunca viram a cidade de tal modo, destruída, suja, lojas com vitrines quebradas, e tantas outras coisas. Como dizia Daniel, “Tá tudo liberado!”.
Ao chegar à frente do colégio eles pararam o Jipe e se acalmaram um pouco. Os dois com os vidros fechados dentro do Jipe pararam e por uns minutos se prepararam.
- É melhor agente levar só o que vamos precisar deixar o resto no carro. – disse Daniel.
Felipe nem ouviu o que ele disse, pois estava pensando sobre os alunos que estavam presos no colégio. Todos poderiam querer ajuda, e aí o que eles iriam fazer? Felipe não comentou nada disso com Daniel. Eles apenas pegaram suas “armas” e entraram no colégio pela porta da frente.
Já era noite, uma bonita noite estrelada, e apenas Daniel conhecia o colégio, porque ele já estudou lá, mas Felipe estava mais perdido que uma mosca. Felipe estava com a pá nas mãos e Daniel com a foice. Eles caminhavam lentamente, pelos corredores olhando para todos os lados com toda cautela. Eles estavam com muito medo. Daniel estava mais pronto do que Felipe para enfrentar o T-Vírus, e ele queria tirar sua mãe dali, mas Felipe estava quase desistindo daquilo, pois ele estava com muito medo, e queria ir embora.
- Dani, vamos embora, vamos?
- Minha mãe tá presa aqui, cara! Tá louco! Vamos encontrar ela logo. Tu é homem ou o quê?
Felipe tomou mais um pouco de coragem, e concordou com Daniel, que após aquilo disse que a sala de sua mãe era no outro andar. As luzes piscavam, e tudo estava em total desordem, papéis no chão, bancos virados, vidros quebrados, um silencio muito forte. Os dois estavam tão nervosos que um ouvia a respiração do outro. O silencio era tão grande, que as portas faziam um barulho tremendo para abrir, e parecia não haver vestígios de sobreviventes em lugar nenhum.
Ao subirem as escadas, o medo dos dois aumentou ao ouvirem um barulho de uma porta abrindo no andar onde eles estavam chegando. Eles se olharam rapidamente. Felipe pensou que fosse algum morto-vivo, mas Daniel não pensou duas vezes e correu para cima, achando que fosse sua mãe ou algum aluno. Felipe, para não ficar ali parado no escuro correu atrás de Daniel. Mas o andar de cima estava totalmente escuro. Felipe acendeu sua lanterna e disse para Daniel acender a dele, mas ele havia esquecido no carro. Isso deixou Felipe um pouco irritado, porque ele sabia que Daniel também era meio desligado e não pensou em pegar a lanterna para eles.
Os dois tiveram que dividir a luz da mesma lanterna. O nervosismo deles aumentava a cada momento, porque estava tudo quieto e escuro, por não estarem achando sobreviventes e sem saber o que encontrariam. Eles não sabiam se corriam se voltavam ou se continuavam bem devagar. Felipe girava a lanterna de um lado para o outro torcendo para não ver nada demais. Até que a pessoa que abriu a porta foi revelada, era uma mulher de roupa vermelha correndo dos dois gritando socorro e que não fizessem nada para ela.
Os dois viram que era uma sobrevivente e começaram a correr atrás dela no escuro, a chamando, até que ela entrou em uma sala de aula com luz no final do corredor. Felipe tropeçou nos pés de Daniel e caiu desastradamente e a lanterna quebrou-se com o impacto.
- Merda! Cadê a lanterna, Felipe?
- Não sei, caiu.
- E agora, como agente faz no escuro?
- Sei lá... Esquece a lanterna, vamos atrás dela!
Eles correram para a luz e entraram na sala. A mulher começou a jogar coisas nos dois, até perceber que não eram zumbis, mas ela estava totalmente apavorada.
- Quem são vocês? Digam-me! O que querem? Cadê a policia?
- Diretora! – exclamou Daniel, reconhecendo sua antiga diretora.
- Foram vocês que bagunçaram meu colégio?
- Calma senhora! – falou Felipe. – Onde estão os alunos que ficaram aqui?
- Eu não sei! Eu estava com eles, até que vários homens apareceram armados e falaram que queriam todos os sobreviventes. A primeira coisa que consegui pensar foi em correr, e consegui fugir deles e me escondi na dispensa da cozinha até não ouvir mais o barulho deles.
- E você os deixou pegarem os alunos? – perguntou Daniel olhando com uma cara de preocupação para a mulher.
- Eu consegui fugir, eu me cuidei. Os alunos não conseguiram porque não tentaram! Eu precisava tirar eles do meu colégio e me salvar! Isso que me importa!
Felipe e Daniel se olharam, e Felipe percebeu o olhar de raiva nos olhos do amigo, que estava prestes a bater na diretora, quando um zumbi apareceu na porta gemendo de fome. Parecia ser uma das freiras do colégio, porque suas roupas aparentavam isso. Antes que os dois pudessem fazer qualquer coisa, a mulher empurrou os dois e saiu em disparada pelo corredor, desviando da freira zumbi. Com o tombo, Daniel caiu aos pés do zumbi, que gemeu como um animal e pulou para cima dele.
Daniel ficou segurando o zumbi com todas as suas forças, pois o zumbi mesmo deitado em cima dele tentava mordê-lo esticando a cara e abrindo a boca tentando morder Daniel, mas não conseguia, porque com aquela tensão Daniel descobriu uma força que nem sabia que tinha. Felipe deu um chute na freira zumbi, e Daniel conseguiu se levantar. Sem pensar duas vezes, os dois saíram correndo pelo corredor no escuro, sem saber onde estavam indo. A diretora sumiu. Eles correram até enxergar uma luz, que vinha do andar de baixo. Os dois corriam se batendo nas coisas, pois não enxergavam nada a não ser a luz, que aos poucos aumentou, até eles descerem a escada aos pulos e sair em disparada do colégio. Correram como loucos até o carro, e entraram.
- Sai logo daqui, cara! – repetia Felipe, mas Daniel não encontrava a chave do carro. Felipe viu a chave caída no piso do Jipe, pegou e ligou o carro. Daniel acelerou e eles saíram dali com tanto medo que já estavam certos que iriam voltar para casa junto com Miguel e a vó de Felipe. Enquanto Daniel dirigia, Felipe disse para ele que eles precisavam parar.
- Pra quê, Felipe?
- Temos que ajudar a diretora!
- Ela não tava nem aí com os alunos! – disse Daniel freando o carro e olhando nos olhos de Felipe. – Ela que tome...
- Mesmo assim, Dani!
- Eu não vou voltar pra buscar ela, tu vai?
Felipe não se convenceu de deixar de ajudar a mulher, mas ele também não queria voltar lá de jeito nenhum.
- Já tá tarde, onde nós vamos dormir Dani?
- Pode deixar que eu já sei! Rí, ríííí... Tive uma idéia! Não pergunta nada Felipe!
Felipe ficou curioso para saber aonde que Daniel queria passar a noite naquelas condições da cidade, mas foi surpreendido por Daniel quando ele parou o carro a frente da Lan House onde eles costumavam jogar Resident Evil #5.
- Eu não acredito Dani!
- Eu tive essa idéia porque me lembrei que o Cardoso me falou que faria um corujão aqui ontem.
Cardoso era outro amigo dos dois, que estava sempre na Lan House jogando jogos em rede. Ele era praticamente o melhor cliente da Lan House, estava lá todos os dias. Eles abriram a porta e subiram as escadas. Ao chegar à porta de grade para a Lan House, eles viram o sofá da Lan House escorado na grade para reforçar a proteção.
- Quem é? – ouviu-se a voz de Cléber, o dono da Lan House, que era mais conhecido como Seco.
Mas ele nem precisou escutar a resposta ou perguntar de novo, porque ele olhou nas câmeras que se tratava de Daniel e Felipe. Varias mãos ajudaram a tirar o sofá da grade, para que os dois pudessem entrar. Eles entraram e ajudaram a colocar o sofá de volta na porta.
- O que vocês dois estão fazendo por aí enquanto está tudo tomado por zumbis? – perguntou o Seco.
- É uma longa historia...
Durante alguns minutos bem demorados Felipe e Daniel falaram para todos na Lan House sobre o ataque da Umbrella, o T-Vírus e contaram também o que aconteceu com eles no Colégio Dom Feliciano. Estavam presentes também Ricardo e Gustavo, que eram colegas de Daniel também, o gordinho chamado por todos de Boss, que era o ajudante de Seco na administração da Lan House, Duduca, que era outro amigo deles e a namorada de Seco.
Todos ouviram o depoimento de Felipe e Daniel e fizeram varias perguntas, e ficaram espantados pela ousadia dos dois de saírem na rua.
- A gente veio fazer um corujão aqui, mas isso foi ontem, mas quando íamos voltar pra casa, um zumbi tentou atacar nós e nós voltamos correndo pra cá dentro de novo. – explicou Cardoso. – Entendeu maluco?
- Acho que funcionou a barreira que a gente fez na porta, né? – perguntou Seco.
- A gente precisa falar com o Bruno, Felipe! – disse Daniel.
- É mesmo! Libera um PC pra nós aí Seco, depois que tudo isso acabar, a gente te paga.
- Eu vou cobrar, hein! – respondeu ele, e se juntou a sua namorada.
Gustavo, Duduca e Ricardo foram jogar online contra Cardoso e nem pareciam estar dando bola na situação do momento. Felipe e Daniel já estavam mais calmos, e sabiam que ali estavam mais seguros, e estavam alegres por encontrar sobreviventes que eram seus amigos, e ainda por cima na Lan House.
Eles entraram no MSN de Felipe, mas Bruno não estava online.
- Entra no teu Orkut Felipe, vê se ele não deixou nenhum recado.
- É mesmo, ele deve tá dormindo agora, afinal é meia-noite, né.
No Orkut de Felipe, estava lá, dito e feito o recado de Bruno, além de recados de muitas pessoas perguntando muitas coisas umas para as outras sobre o que estava acontecendo na cidade, e muitos dizendo que não acreditavam em zumbis. No recado de Bruno dizia:
 E aí Felipe, e aí Dani, como é que tá a situação aí? Espero que esteja tudo bem. Quando der me diz se a vó tá bem, tá? Acho que vocês já devem ter saído bastante por aí em Gravataí. Pesquisei mais sobre o novo Resident Evil no Brasil, e descobri que eles pretendem fazer um segundo ataque com os aviões, porque sabiam que após algum tempo as pessoas iriam sair de casa, ou pelo menos parte da população, então já está programado um novo ataque. Espero que leiam esse recado antes que seja tarde de mais. Portanto, fiquem refugiados em algum lugar até que aconteça o novo ataque. Desta vez pode ser que seja a luz do dia mesmo, cuidem-se. Eu tentei falar com vocês pelo MSN, mas nenhum estava online, então enviei por Orkut mesmo. Só saiam para rua algumas horas após parar o barulho dos aviões, porque após algumas horas o T-Vírus ainda continua no ar da cidade. Também espero que nenhum de vocês tenha sido mordido. Com certeza vocês já saíram de casa, e já devem ter se acostumado um pouco a andar pela cidade totalmente vazia, a não ser pelos zumbis, é claro. Portanto, tentem achar armas em algum lugar, vai ajudar bastante. Não sei aonde vocês vão consegui-las, mas será preciso. Acho que vocês já têm uma noção de como manusear uma arma, só não vão se machucar. Vou tentar entrar em contato o mais breve possível, por Orkut ou MSN... Áh, e só mais uma coisa, as estações de rádio não estão funcionando também, talvez vocês já saibam. Felipe, a tua mãe e teu pai lhe mandaram um beijo e um abraço. Avisem-me qualquer coisa, e me avisem quando acharem a mãe do Dani. Se vocês entrarem e eu estiver off-line, é que eu estou dormindo, porque a mãe não deixa eu ficar com o computador ligado de madrugada, asusauhsauhsauhasuhas... Boa sorte para os dois! Abraço, falou. J Bruno.
- É mesmo, armas! Precisamos de armas, Felipe!
- Mas aonde vamos encontrá-las, Dani?
- Ué, na delegacia! – gritou Seco lá de trás.
- Aham, vamos lá então amanhã de manhã. – falou Daniel, que já estava decidido a fazer aquilo, mas até parecia que estava gostando da epidemia em Gravataí.
- Calma Dani! A gente tem que ver melhor as coisas. A gente já perdeu uma lanterna, e não temos munição para o revólver do Miguel.
- O quê? – gritou Seco, impressionado com os dois, por estarem armados.
Daniel explicou a ele como conseguiram a arma e Seco gostou mais ainda da conversa. Os outros guris nem viam nada, pois estavam entretidos jogando Call of Duty #4 em rede. Nisso começou um barulho imenso, como foi na noite anterior, o barulho dos aviões. Felipe e Daniel correram para a janela e após fechar todas as entradas de ar, eles observavam o céu, para tentar desta vez enxergar os malditos aviões da Umbrella. Após mais de dez minutos forçando os olhos no céu escuro, desistiram, sentaram nas poltronas a frente do Playstation #3 e continuaram sua conversa.
- Nós vamos acabar com a Umbrella, Felipe, vamos acabar com eles!
Felipe deu risada do que Daniel falou, porque ele sabia muito bem que eles tinham apenas quinze anos, e que não poderiam fazer nada contra aquilo, apenas salvar a mãe de Daniel e seus amigos, mas não falou nada em relação a isto.
- Ô Dani, o que tu acha que aconteceu com a diretora?
- Sei lá, há essa hora ela já deve ter sido infectada.
- Será que a minha vó tá bem agora?
- Deve tá, junto com a Dona Maria, mas eu queria saber cadê a minha mãe. – Daniel estava serio pensando na mãe dele.
- Não se preocupa Dani, a gente vai encontrar ela e vamos salvá-la! – disse Felipe encorajando Daniel. – Mas quem será que são os caras armados que pegaram os alunos que a diretora falou?
- Será que não são agentes da Umbrella? Podem ser os agentes da equipe que destruiu as torres de comunicação.
- Aham!
- Pegou todas as coisas no carro Felipe?
- Sim. Só o revólver tá no Jipe.
- Com que carro vocês vieram até aqui? – perguntou Seco, que não tinha pensado nisso ainda.
Daniel mostrou pela janela o Jipe, e Seco achou muito legal.
- Boa idéia! Quando eu sair daqui eu vou pegar um Mercedes na Lucraf! – disse Seco, e a sua namorada começou a rir. Lucraf era outra grande loja de carros de Gravataí.
- Ô Dani, tu já pensou como vão ser as coisas quando tudo isso acabar?
- Como assim?
- Gravataí. Tá tudo destruído, tu não viu o jeito que tava o colégio? E quanta gente já deve ter morrido? Se transformado em zumbi! E tu se lembra do que aconteceu no teu pátio?
- É mesmo, quando eu voltar pra casa aquele zumbi que a gente matou vai estar morto no meu pátio.
Nisso, todos na Lan House se voltaram para Daniel, pois eles não haviam contado que mataram um zumbi. Todos se aproximaram para ouvir a conversa.
- Será que foram agentes da Umbrella que pegaram os alunos no Dom Feliciano? – perguntou Felipe que continuava confuso com aquilo.
- Claro que sim, né Felipe! Quem mais seria?
- Se isso aí da Umbrella é verdade, - falou Seco – eles podem ter pegado as pessoas que acharam vivas para fazer experiências com o vírus.
Daniel fez uma cara de medo, pois ele ainda não havia pensado nessa hipótese, então se levantou decidido a sair buscar sua mãe.
- Pára Dani! Eu também tô preocupado, mas a gente não pode sair assim desse jeito! Tu não tá escutando o barulho dos aviões lavrando a cidade com o T-Vírus de novo? A gente só vai sair amanhã quando o sol nascer! Nós vamos atrás das armas e vamos encontrar a sua mãe. Aí a gente fala de novo com o Bruno, ele vai conseguir mais informações sobre o que está acontecendo e tudo isso vai acabar. Agora senta aí!
Daniel se aclamou um pouco e todos ficaram sérios para continuar ouvindo a conversa. Felipe pegou os sanduíches na mochila e todos começaram a comer.
- Foi horrível quando a gente matou aquele zumbi, né?
Todos se olharam, porque era um assunto muito pesado, e Gustavo quase vomitou o que estava comendo. O único que não estava comendo era Boss, que estava dormindo em um PC de boca aberta com vários refrigerantes e bolachas a sua volta.
- Quem sabe conta outra coisa, Daniel. – disse Ricardo.
- Ai, eu não quero ouvir essas coisas, tá louco... – falou a namorada do Seco que saiu de perto e foi olhar filmes na internet com Seco.
Somente Ricardo, Gustavo, Cardoso e Duduca ouviam a conversa de Felipe e Daniel.
- Cara, e aquele homem que ajudou nós! Coitado!
- É mesmo! Ele já deve ter se transformado... – disse Daniel e todos ficaram atentos, menos Duduca que começou a roncar na poltrona.
- Coitado! – disse Ricardo.
Felipe continuou:
- E agora eu tava pensando, Dani, que bom que a gente só encontrou zumbis, né?
- Não, a gente também viu aquele Cérbero, se esqueceu?
- Não cara, eu to falando das BOW!
Ricardo e Gustavo não estavam entendendo quase nada da conversa, porque eles não curtiam muito Resident Evil e não sabiam que BOW eram as armas biológicas e genéticas que a Umbrella fazia, ou seja, os monstros, então foram jogar videogame. Cardoso continuou ouvindo a conversa, mas ele também não sabia o que era uma BOW.
- Só o que falta é a gente encontrar algum monstro por aí, né Dani!
- Nossa, que féra! – exclamou Cardoso, super empolgado.
- Áh sim! Super féra! Monstros nos atacando! Tá louco! – exclamou Felipe.
- Quem sabe a gente tenta dormir, Felipe? – perguntou Daniel.
- Dormir, tá louco Daniel! Eu vou é jogar Call of Duty #4! – falou Cardoso e foi jogar empolgado como se nada estivesse acontecendo fora da Lan House.
- Ô Dani, agora que não tem ninguém ouvindo, tu acha mesmo que tem alguma BOW por aí? Quem será que matou a cadela que vivia lá na minha rua? Não sei se tu viu, mas ela tava baleada. Deve haver mais sobreviventes.
Daniel não respondeu, apenas fez outra pergunta:
- Como que a gente vai entrar na delegacia amanhã? A gente tá sem munição.
- Eu não sei, acho melhor a gente descansar um pouco e pensar no que fazer e só amanhã decidir como fazer. Os dois se recostaram nas poltronas do ps3 e tentaram dormir, mas o máximo que conseguiam fazer era fechar os olhos, porque estavam muito tensos.
Daniel não conseguia parar de pensar aonde que sua mãe poderia estar, e estava tentando bolar um plano para entrarem na delegacia e Felipe estava preocupado com BOWs e queria muito falar com Bruno, mas ele estava dormindo. Eles passaram a noite inteira pensando, pois tinham muitas duvidas.
Quem será que matou a cadela na Rua de Felipe? Teria sido algum oficial? Onde estaria à mãe de Daniel, a dinda de Felipe? E será que foram agentes da Umbrella mesmo que capturaram os alunos? Será que sua irmã estava segura? E a sua vó, a Dona Maria, o Jairo, o Miguel e a Flavia? Será que eles encontrariam alguma BOW? Será que algum conhecido deles foi infectado? Como eles fariam para entrar na delegacia, e será que iriam encontrar armas lá? Porque que encontraram tão poucas pessoas, afinal, a maioria das pessoas estavam dentro de casa quando houve o primeiro ataque dos aviões? O que teria destruído totalmente o Colégio Dom Feliciano, e o que aconteceu com a diretora? Que horas conseguiriam falar logo com Bruno? E será que eles conseguiriam acabar com tudo aquilo?
Pela manhã, após apenas alguns cochilos de poucos minutos, os dois perceberam que os aviões já haviam parado há horas e que já era manhã e que poderiam sair e falar com Bruno. Felipe olhou o relógio e viu que eram oito da manhã, e certamente Bruno estaria dormindo, pois ele costumava acordar bem tarde, e afinal era domingo.
- Pô Felipe, nem foi pra Igreja ontem, né?
- É mesmo, mas com certeza não teve nada. Nós nem tivemos Crisma!
- O Bruno tá online? – perguntou Daniel.
- Não.
Todos estavam dormindo pelas cadeiras, a não ser Seco, que estava atento nas câmeras do lado de fora da Lan House, cuidando se estava tudo normal.
- Seco, nós vamos à delegacia, buscar armas!
- Tá legal, traz umas pra mim! – disse Seco, levando na brincadeira.
Ele ajudou os dois a tirar a barricada da porta, e Felipe e Daniel saíram. Eles correram até o carro rapidamente, porque havia um zumbi vindo na direção deles. Enquanto isso, Seco olhava pela janela, junto dos outros, pois ele parecia ter acordado todos eles para que vissem o que Daniel e Felipe fariam com o zumbi.
Eles entraram no carro, ligaram ele e Daniel acelerou para cima do zumbi. Como o Jipe era bem alto e grande, o zumbi foi atropelado e ficou caído, pois não conseguia caminhar com as pernas quebradas, mas ainda tentava se arrastar em direção ao carro que já estava longe.
- Rí, rííííííí! Aquele não caminha mais atrás de ninguém! – gritou Daniel.
Felipe não conseguia entender como que Daniel levava aquilo na brincadeira, como se não fosse nada sério.
Enquanto Daniel dirigia, Felipe perguntou:
- Como nós vamos entrar lá?
- Eu entro com a foice e tu com a pá.
Não era nenhum plano perfeito, mas eram essas as armas que eles tinham até então, portanto, deveriam continuar assim até que as circunstancias mudassem, ou seja, entrarem armados com a pá e a foice era o único jeito de entrarem lá.
- Deixa rolar, Felipe! – disse Daniel e ligou o radio e eles começaram a ouvir o cd do Slipknot, um dos preferidos dos dois.
Ao chegarem à frente da delegacia, que por sinal era na rua da casa de Felipe, eles pegaram suas armas primitivas e saíram do carro após atropelar outro zumbi, que foi jogado longe pelo carro.
- Vamos?
- Vamos.
Eles entraram no pátio da delegacia, e observaram dentro das viaturas, mas nenhuma delas tinha alguma arma dentro. Cada vez mais desanimados e com mais medo, eles abriram a porta da delegacia com muito cuidado e entraram. Havia luz, e não estava tudo destruído como o colégio, e dois zumbis se aproximaram dos dois.
Eles aparentavam serem mecânicos da borracharia que havia do outro lado da rua.
- Merda Dani! O quê que a gente faz?
- Bate neles!
Felipe jogou a pá neles, e isso fez eles tropeçarem um pouco para trás. Antes que Daniel pudesse fazer alguma coisa, Felipe começou a golpear os zumbis com seus chutes de Taekwondo. Felipe conseguiu derrubar um deles para o lado de fora, mas o outro estava de pé, tentando avançar para morder Felipe. Daniel bateu com a foice nas pernas do zumbi, que também caiu.
- A porta, fecha a porta! – gritou Felipe.
Os dois puxaram a porta, e enquanto Daniel a segurava, Felipe procurava alguma coisa para fazer de barricada na porta e impedir os zumbis de entrarem.
- O balcão! O Balcão Felipe! Rápido!
Felipe usou toda a sua força e empurrou o balcão até a porta.
Os dois caíram para trás após isso, pois estavam exaustos, porque os zumbis eram muito fortes.
- Puxa, essa foi por pouco Felipe!
- Aham! – diziam os dois enquanto recuperavam o fôlego.
Eles podiam ouvir os gemidos dos zumbis do lado de fora, mas eles tinham que continuar, mesmo sem a pá e a foice que ficaram do lado de fora.
Eles seguiram pelos corredores acendendo as luzes e torcendo para não encontrar mais zumbis, porque agora estavam desarmados. O silencio era muito forte, não havia som nenhum, a não ser o arrastar das portas que eles abriam. Tudo estava bagunçado, mas não havia vestígios de sobreviventes.
Até que eles ouviram o som de um carro chegando, e em seguida tiros.
- Devem ser os agentes da Umbrella! Eles deram tiros para abrir a porta! Vamos se esconder! – disse Daniel e saiu correndo.
Felipe lhe acompanhou, mas eles acabaram entrando em uma sala em que estava sem luz.
- Procura o botão pra acender a luz Dani! Rápido! Eles tão vindo! – os dois estavam com muito medo de serem pegos pela Umbrella.
- É melhor ficar no escuro para eles não verem nós! – disse Daniel e Felipe fez sinal para ele ficar quieto.
O quê seria feito com eles? Eles poderiam fazer experiências com os dois! E como salvariam a cidade do T-Vírus. Eles se abaixaram e tentaram se esconder no escuro.
Eles ficaram o máximo em silencio que eles conseguiam, tanto que eles podiam ouvir os passos dos agentes pelos corredores a procura dos dois, mas foi neste momento que eles ouviram também o rosnar de cachorros. Eles tinham entrado no canil da brigada! Eles abriram a porta e saíram correndo como loucos para fugir dos cachorros.
Quatro Pitbulls corriam atrás deles, e graças a todo o medo que estavam de morrer ou ser capturados correram em qualquer direção procurando uma saída, quando esbarraram em um homem bem alto. Ao se bater no homem os dois caíram, e o homem deu vários tiros com uma pistola nos cachorros e matou todos. Felipe e Daniel olharam melhor o homem e viram que se tratava de um policial.
Os dois tentaram se afastar assustados, mas o homem levantou os dois e falou:
- Será que vocês podem me explicar o que estavam pensando quando fizeram isso com os cachorros?
- Isso o quê?
- Porque eles estão em carne viva? Vocês me obrigaram a matá-los!
- Não fomos nós! Foi o T-Vírus! A Umbrella!
- Calem a boca garotos. Eu preciso que me ajudem a trazer meu parceiro até aqui, ele está lá na viatura e está passando mal. Uma pessoa mordeu ele! Dá pra acreditar?
Daniel e Felipe se olharam, e torceram para que o policial soubesse alguma coisa sobre o vírus, e soubesse que o seu parceiro se transformaria num zumbi.
- Eu não sei o que aconteceu com as pessoas, será que ficaram loucas para sair por aí destruindo os lugares e mordendo as pessoas? E que papo é esse de vírus? O quê é Umbrella?
Felipe e Daniel se olharam novamente, pensando quem responderia, mas o policial continuou:
- Então tá, vocês não vão me ajudar a trazê-lo pra dentro? Tá bom eu trago sozinho. – e saiu para fora para trazer o parceiro, que estava passando mal, quase virando um zumbi.
- Vamos embora Dani! – disse Felipe puxando o amigo, mas Daniel perguntou ao homem:
- Como você sabia que nós estávamos aqui?
- Eu vi vocês parando carro bem de longe, me aproximei, e vi que haviam se trancado do lado de dentro e trancaram duas pessoas do lado de fora? Por que fizeram isso? E de onde tiraram aquele baita Jipe? Bom, eu não sei por que, mas elas estavam estranhas, então eu tentei algemá-las, mas tentaram me morder também, então atirei nelas. O que será que está acontecendo aqui em Gravataí, hein?
Nisso, o parceiro dele se levantou da cadeira em que estava sentado e atacou ele. O policial brigava contra a força do próprio parceiro de lhe morder.
- Corre Felipe! – disse Daniel e saiu correndo. Ao saírem na rua, à viatura dos dois policiais ainda estava ligada e de portas abertas. Felipe já estava correndo para o Jipe, mas Daniel pediu para ele esperar e entrou na viatura.
- O quê tu tá fazendo aí Dani?
- Isso! – respondeu Daniel e saiu de dentro da viatura com uma pistola e uma Shotgun em mãos.
As viaturas costumam levar uma Shotgun no banco de trás, e a pistola era do policial que virou zumbi.
- Só não se esquece das munições Dani!
Daniel entrou novamente no carro e pegou vários cartuchos para Shotgun e pentes de pistola. Os dois correram para o Jipe, entraram e se trancaram dentro dele. Enquanto ligavam o Jipe e largavam as armas no banco de trás ouviram tiros de dentro da delegacia e gritos, que era o policial que salvou eles dos cachorros.
- Merda! O parceiro deve ter mordido ele Dani!
- Vamos sair logo daqui Felipe. – disse Daniel e acelerou o Jipe.
- Já que nós estamos aqui perto, vamos ali a minha casa, pode ser que a gente encontre alguém lá.
- E nós achando que eram agentes da Umbrella!
- Nossa essa foi por pouco!
Ao chegarem à frente da casa de Felipe, ele desceu correndo com a pistola que eles acharam em mãos. Ainda era menos de meio-dia e o sol estava queimando.
Ele entrou devagar no seu pátio e Daniel entrou atrás dele observando a Shotgun que ganhou. Era uma doze, com o cabo curvado e um cano em cima do outro. A pistola que Felipe estava era uma calibre 22; a pistola usada no Brasil.
Ele estava com esperanças de que sua irmã estaria em casa, mas a porta da casa estava aberta, e ao se aproximar, percebeu que a porta havia sido arrombada recentemente. Ele e Daniel entraram correndo na casa e entraram em todas as peças da casa para ver se alguém estava ali. Mas a casa estava vazia, mas tudo estava no lugar, não havia bagunça, a não ser a cama de Felipe, é claro.
- Ô Felipe, eles saíram há pouco tempo, o fogo da cozinha tá aceso, tem água esquentando.
- A minha irmã deveria tá aqui com o Fernando, aonde será que eles estão?
- Devem ter sido os agentes da Umbrella!
- Merda! – Felipe começou a se preocupar bastante com sua família.
- Calma Felipe! A gente vai encontrar todos eles e vamos acabar com eles!
- Até parece, né Dani! Nós dois, a gente não é nenhum super-herói!
- Mas eu tenho certeza que a gente vai encontrar a nossa família! A minha mãe, a tua irmã, todos! Não sei se a gente vai salvar a cidade, mas eles sim! E vamos fazer o que pudermos contra a Umbrella!
Felipe estava muito nervoso, e caminhava de um lado para o outro.
- Eles levaram até a Bebel! Aqueles desgraçados!
- Vamos voltar pra Lan do Seco e tentar falar com o Bruno, Felipe!
Felipe se despediu de sua casa, pois ele já não tinha certeza se voltaria para casa tão cedo, e saíram.
Daniel ligou o Jipe, olhou para Felipe e disse:
- Cara, nós vamos fazer isso?
- Vamos!
- Pelo Rock?
- Pelo Rock! Vamos logo, Dani, acelera logo esse carro!
- Heavy Metal!
Chegando à Lan House, eles já haviam atropelado mais alguns zumbis, e a frente do Jipe estava um pouco amassada. Eles subiram na Lan House, e todos ajudaram a tirar o sofá da grade para que eles pudessem entrar, como antes.
- E aí, conseguiram armas? – perguntou Cardoso empolgado.
Daniel e Felipe apenas mostraram as armas e todos se voltaram para eles.
Eles descansaram um pouco em quanto contavam a eles tudo que aconteceu. Depois, entraram na internet e no MSN de Felipe, mas Bruno ainda não estava online. Todos já estavam enjoados de jogar videogame e jogos em rede, e já não sabiam mais o que fazer, e estavam loucos para voltar para casa.
Após uma hora de espera, Bruno se conectou.
FELIPE DISSE:
- Oi, Brunão!
BRUNO DISSE:
- E aí Cabeça... Leram o meu recado?
FELIPE DISSE:
- Aham. A gente estava seguros quando os aviões passaram, foi durante a noite. Aumentou bastante o número de zumbis pelas ruas.
 BRUNO DISSE:
- Vocês estão bem, então?
FELIPE DISSE:
- Aham. A gente passou a noite na Lan House, e estamos aqui agora. Aquela Lan que eu te falei que eu e o Dani jogávamos Resident Evil #5, tá ligado?
BRUNO DISSE:
- Aham. A tua mãe tá aqui em casa Felipe, e ela tá te mandando um abraço.
Felipe ficou mais alegre e mandou um abraço de volta.
BRUNO DISSE:
- Encontraram a mãe do Dani?
FELIPE DISSE:
- Não, descobrimos que ela foi capturada por agentes da Umbrella.
BRUNO DISSE:
- Eu ia falar isso agora. Descobri no revil que eles enviariam agentes da Umbrella a todas as cidades atacadas, para pegar os sobreviventes para experiências, pois ninguém podia sair vivo, Então por isso enviaram os agentes. Vocês os viram?
FELIPE DISSE:
- Não, mas pessoas com quem falamos falaram que viram eles. Eles devem estar procurando os sobreviventes, mas não vão encontrar nós.
BRUNO DISSE:
- Então vocês acharam sobreviventes?
FELIPE DISSE:
- Sim, mas um homem e um policial foram atacados na nossa frente. Estamos na Lan House com alguns amigos, mas estamos todos seguros. Até já conseguimos as armas, uma pistola 22; e uma doze.
BRUNO DISSE:
- Parabéns, mas cuidem-se melhor agora. No site não fala nada sobre BOWs, mas eles não vão seguir o que está no site ao pé da letra, com certeza acrescentarão mais alguma coisa para não ficar tão óbvio, e vocês sabem muito bem que Resident Evil sem BOW não é Resident Evil. Espero que não encontrem nenhum monstro.
FELIPE DISSE:
- Nós também esperamos.
BRUNO DISSE:
- Como vocês vão de um lugar para outro? Já pegaram algum carro?
FELIPE DISSE:
- Sim! E um dos bons!
BRUNO DISSE:
- Vou tentar descobrir mais coisas. Tentem não serem pegos pela Umbrella e nem infectados, tá?
FELIPE DISSE:
- Tá bom! Sauhsauhsausauhsausauh.
BRUNO DISSE:
- Tua mãe tá te mandando outro abraço, e teu pai também Felipe. Só mais uma coisa: se souber alguma coisa sobre a tua irmã me avisa, porque a tua mãe tá perguntando.
FELIPE DISSE:
- Infelizmente os agentes da Umbrella também a capturaram e o Fernando também. Manda um abraço para a minha mãe. Falou. Continua online que quando a gente precisar de alguma coisa possa falar contigo.
BRUNO DISSE:
- Falou. Boa sorte. Heavy Metal!
Felipe e Daniel conversaram um tempo sobre o que fazer agora, mas estavam entediados, porque todos estavam famintos. Os salgadinhos e bolachas que Seco tinha a venda foram liquidados por Boss, e só restava refrigerante.
Daniel e Felipe já estavam perdendo as forças de tanta fome, já passava das duas da tarde, e então Ricardo falou:
- Por que o Duduca tá demorando tanto? Eu tô com fome!
Daniel e Felipe levantaram assustados da cadeira e Daniel perguntou:
- Cadê o Duduca?
- Ele foi buscar comida no Carrefour. – respondeu Gustavo bem tranqüilo.
- Tá louco! Ele foi sozinho?
- Sim!
Daniel e Felipe saíram correndo com as armas e entraram no carro, e nem deram bola para o zumbi que se aproximava lentamente. Entraram no Jipe e aceleraram para o mercado. Entraram no estacionamento derrubando o portão e a cancela. O vidro do Jipe se quebrou todo, e dificultou a visão deles. Eles desceram do carro e seguiram para o mercado. A porta automática de vidro estava toda quebrada, como se algo grande tivesse entrado por ali.
Desta vez Felipe que estava com a Shotgun e Daniel com a pistola. Um zumbi vinha na direção deles, e parecia ser o guarda do estacionamento do mercado. Felipe disse a Daniel que eles poderiam pegar a arma do segurança, mas ele era um zumbi.
Daniel não pensou duas vezes e atirou com a pistola, acertando a cabeça do zumbi, que caiu morto como um boneco. Aquela cena só não era tão horrível porque os dois já eram bem acostumados a matar zumbis no jogo Resident Evil, mas mesmo assim eles não gostavam muito quando eles caiam mortos e o chão ficava cheio de sangue. Daniel pegou a pistola do guarda e as munições que ele carregava. Era uma pistola igual a que ele já estava carregando. E ele pegou do zumbi também dois Walkietalk, daqueles que os guardas usam para se comunicar a distância. Daniel ficou com um e Felipe com outro.
Eles subiram as escadas rolantes que estavam paradas, e ao chegarem ao andar de cima, onde ficavam os alimentos, se assustaram ao ver tudo destruído, estantes viradas, produtos quebrados e espalhados, mas não havia sinal de ninguém no local. Eles haviam deixado tudo na Lan House quando saíram correndo, pegaram apenas as armas e as mochilas, mas antes de sair esvaziaram-nas para pegar os alimentos.
- Ô Dani, vai lá pelo lado dos refrigerantes ver se tu encontra o Duduca, e vai botando tudo que tu achar que é bom na mochila, que eu vou lá pelo lado dos eletrônicos. Qualquer coisa usa o Walkietalk.
Felipe seguiu com a doze em mãos e Daniel com as duas pistolas.
Daniel foi botando muitos pacotes de bolacha na mochila, e seguiu procurando Duduca. Felipe pegou varias frutas, bolos, e barras de chocolate. Enquanto Felipe procurava mais alguma coisa para eles comerem, desta vez algo que alimentasse de verdade, ouviu disparos e perguntou pelo radio enquanto corria até Daniel:
- O quê foi isso?
- Eu vi um zumbi! Ele já era.
Quando Felipe chegou onde Daniel estava, viu o zumbi caído no chão. Era um padeiro, pois se podia perceber isso pelas suas roupas. Daniel estava na padaria do mercado, comendo como um louco desvairado.
- Dani, pára de comer aqui! Bota na mochila e vamos levar pra Lan!
Quando estavam voltando, viram no corredor dos detergentes duas pessoas mortas e muito sangue. A cena e o cheiro eram horríveis! Daniel vomitou tudo que havia comido.
- Vamos sair daqui logo Dani! Alguma coisa grande fez esse estrago aqui! Vamos embora! Os dois saíram correndo, mas quando chegaram à escada rolante, se depararam com a pior coisa que eles já haviam visto em toda a vida deles: um Lycker no teto.
Ele era mais ou menos do tamanho de vários cachorros juntos, tinha uma língua enorme, babava como um bebê e tinha o cérebro tapando os olhos. E o que lhes tornava aterrorizantes era o corpo inteiro em carne viva, que lhe dava uma cor rosa. Daniel queria sair correndo, mas Felipe o segurou e cochichou:
- Ele é cego, lembra? Vamos descer aqui pela escada de emergência bem devagar e ele nem vai ver.
O Lycker caminhava pelo teto e sua baba caia na escada rolante que estava parada, e nem viu os dois descerem pela escada do outro lado.
- Isso explica quem foi que fez aquele estrago dentro do mercado e na porta! – exclamou Daniel limpando a boca suja de vômito.
Eles deram a volta pelas lojas no andar de baixo, mas quando estavam quase chegando de volta na porta por aonde vieram, um zumbi se aproximou. Era Duduca! Podia-se ver a mordida em seu pescoço. Ele se aproximava lentamente para atacar Daniel e Felipe.
- E agora Dani?
- Vamos sair daqui, eu não vou atirar nele!
- É, vamos antes que o Lycker apareça!
Mas quando chegavam à porta automática quebrada da frente, viram ao longe perto do Jipe homens vestidos de preto, com mascaras de gás, e armados com metralhadoras. Felipe puxou Daniel para um canto e ficaram espiando eles.
- São os agentes da Umbrella! – cochichou Felipe.
Eles estavam olhando o Jipe, observando todos os seus detalhes. O silencio era tão grande que mesmo a distancia Daniel e Felipe conseguiam ouvir o que eles falavam:
- Eles estão por aqui, Senhor. – dizia um deles ao capitão.
O capitão era careca e tinha uma cara bem grande, com uma barbicha preta.
- Procure-os.
- Sim senhor, mas acho que eles estão fugindo de nós senhor.
- Eles são tolos, mas são corajosos. Eu quero que peguem eles rápido. Eu não quero ninguém em perigo. Agora!
Nisso dois dos homens se aproximaram para o mercado, e Daniel e Felipe começaram a correr para sair pelos fundos. Enquanto corriam, Daniel e Felipe passaram mais uma vez por Duduca, que tentou agarrá-los. Eles desviaram e olharam para Duduca pela ultima vez, depois saíram correndo pelo estacionamento dos fundos do mercado. Durante a corrida Daniel falou:
- Merda! Meus CDs de rock ficaram todos no carro! E o revólver do Miguel também!
- Vamos precisar de outro. Continua correndo Dani!
- Têm muitos aqui!
- Mas se a gente for pegar um desses eles vão ver a gente. Corre! Depois a gente acha outro.
- Mas a gente se esqueceu de pagar as coisas!
- Não fala besteira, Dani!
Eles saíram correndo pela saída de trás do mercado, que saia quase na Rua da Lan House. Eles correram até lá sem parar. No caminho Daniel deixou cair o seu Walkietalk, e ele se quebrou. Como o outro não fazia mais sentido sem o primeiro, Felipe jogou fora o seu. Eles entraram na Lan House, mas a porta de grade estava aberta e o sofá não estava na frente dela. Daniel e Felipe pararam de correr nas escadas e prepararam as armas.
- Podem ser os agentes da Umbrella! – disse Daniel, e Felipe fez sinal para ele não fazer barulho.
Eles entraram e viram que tudo estava deserto.
- Olha, é o skate do Cardoso, Felipe.
- Merda! Agora eles já devem saber de nós! Não vamos poder dormir aqui, eles podem voltar!
- Ó Felipe, achei um bilhete. Lê!
O bilhete era com a letra de Seco, e dizia:
Eles vieram nos buscar. Mas agora eles estão atrás de vocês. Boa sorte. Cuidem bem da minha Lan.A
Felipe e Daniel não conseguiam pensar em nada, então trancaram a porta e foram para o computador tentar falar com Bruno. Ele estava off-line. Já era fim de tarde. Enquanto eles esperavam Bruno se conectar, Felipe e Daniel comiam tudo que pegaram no mercado. Eles estavam tão famintos, que comeriam até salada.
- Eu nunca pensei que a gente estaria aqui na Lan sozinhos podendo mexer em qualquer PC, jogar ps3, nossa, nunca imaginei isso... – falou Felipe.
- Ei, eu tive uma idéia! Não sei como a gente não pensou nisso antes! – exclamou Daniel tomando posse do mouse do computador e Felipe só observando.
Daniel entrou no site do Resident Evil, o revil, de onde Bruno tirava muito das informações. Na lista de jogos e filmes da serie Resident Evil, estava lá no final, “Resident Evil na America do Sul”. Daniel clicou no link e olhou a sinopse do novo Resident Evil.
*Resident Evil na America do Sul*
Esta é a nova tentativa da Capcom™, um Resident Evil em países exóticos. Este jogo apresenta mais o trabalho da Umbrella com o T-Vírus, e conta sobre a epidemia que a Umbrella causou em varias cidades pequenas de muitos países da America do Sul com a tentativa de acabar com o mundo aos poucos como foi com Raccon City. A estratégia que a Umbrella usou foi soltar o T-Vírus pelas cidades usando aviões de lavouras durante a noite para que os aviões não fossem vistos pelo povo, e todos que estivessem na rua foram infectados. Mas na verdade não era a Umbrella, e sim a Tricell, de A. Wesker, que só usou o nome da Umbrella para confundir o povo. Eles mandaram agentes com camburões da Umbrella para destruir as torres de radio e telefônicas, para impedir contato de sobreviventes com pessoas de fora da cidade por via rádio, telefone, fax, e as televisões também perderam o sinal, para as pessoas não saberem nada mesmo do que está acontecendo dentro ou fora da cidade. A Umbrella (ou a Tricell) tentava enquanto os sobreviventes tentavam sobreviver em meio a zumbis, buscar um meio de impedir o contato por internet e acabar com a energia da cidade. Mas como a internet é uma rede muito complexa, esta parte foi mais difícil. Após algum tempo eles lavraram as cidades novamente para aumentar a infecção. Mas a Umbrella dava mais importância para as epidemias que causaram no Brasil, que é o maior país da América do Sul. E nesta aventura você deve controlar os civis, sobreviventes, como em Resident Evil Outbreak e Resident Evil Outbreak FILE #2. A jogabilidade é como nesses dois Resident Evil. Este novo Resident Evil poderá ser chamado de Resident Evil Outbreak FILE #3, in the South America. Mas você terá que além de fugir dos zumbis, fugir também dos agentes da Umbrella, que querem cobaias para experiências.
- Desgraçados! – exclamaram Daniel e Felipe, e durante alguns minutos ficaram falando mal da Umbrella enquanto comiam como porcos.
Daniel pegou seu mp4 e salvou o arquivo no mp4. Nisso, Bruno se conectou e logo falou com os dois:
BRUNO DISSE:
- E aí, como vão?
FELIPE DISSE:
- Não tão bem. Conseguimos mais uma pistola, mas os agentes da Umbrella levaram nossos amigos e um deles foi infectado. Agora eles estão atrás de nós, perdemos nosso Jipe e tem um Lycker a solta pela cidade.
Durante alguns segundos, Bruno parou de digitar, como se estivesse pensando no assunto.
BRUNO DISSE:
- Um Lycker?
FELIPE DISSE:
- Isso mesmo!
BRUNO DISSE:
- Nossa! Vocês fugiram dele, não é?
FELIPE DISSE:
- Claro!
BRUNO DISSE:
- Eu acabei de ler no revil que eles vão cortar a energia da cidade e a internet. Talvez essa seja a última vez que estejamos nos falando.
FELIPE DISSE:
- Nós também acabamos de ler no revil isso.
BRUNO DISSE:
- Eu estou torcendo por vocês. Sinto muito pelo amigo de vocês que se transformou. Tenham cuidado com o Lycker! Encontrem um lugar bom para passar a noite, porque o tempo não está muito bom. O calor não fez bem, eu acho que vai dar um temporal. Continuem procurando a mãe do Dani e a Ana e o Fernando. Ah, e os seus amigos da Lan House, eles devem estar por perto, se os agentes da Umbrella ainda estão por aí, eles também estão. Não se esqueçam de um carro novo. Peguem um bem bonito! Sahusauhsahusahusauhsauh. Acho que minhas informações acabam aqui. Por enquanto... Se eu descobrir algo mais, e a internet perder o contato também, eu dou um jeito para falar com vocês, mas eu vou conseguir. Grandes amigos... Boa sorte!<J
E antes que os dois pudessem se despedir de Bruno, a internet caiu. Todos os computadores perderam o contato da internet. Nem Call of Duty #4 online não dava mais pra jogar. Já estava noite, e Felipe e Daniel precisavam de um lugar para dormir, um lugar onde não fossem encontrados por zumbis, nem os agentes da Umbrella e nem aquele Lycker.
- Vamos procurar um lugar pra dormir, mas vamos levar só o que vamos precisar Dani.
Na mochila de Daniel eles botaram todos os alimentos que sobraram, e tiraram as roupas da mochila. Botaram as melhores roupas que lhes sobraram. Daniel estava com seu tênis freeday, uma calça de abrigo, e sua camisa da banda Iron Maiden. Felipe botou seu tênis pênalti, que ele usava para jogar futebol na casa de William e em outros lugares também, botou sua calça marrom que podia se transformar em bermuda, e como estava calor ele tirou a parte de baixo e usou-a como bermuda. Em cima, Felipe pôs a camisa do Internacional. Daniel não gostou muito, pois ele era gremista, rival do inter. O difícil para Felipe foi escolher com qual boné ficar, entre vários que tinha. Mas ele ficou com o seu da newyork.
- Eu não sei como tu consegue botar a camisa do Inter nas condições de guerra que a gente tá!
- Ué! O quê que tem? Eu não sei como tu consegue sair na rua com essa calça de abrigo, eu me sinto como se eu estivesse de pijama na rua se eu uso uma dessas na rua!
Junto com as comidas, na mochila de Daniel ficaram as munições para suas pistolas e a única lanterna. Na mochila de Felipe ficaram as facas do açougue de Miguel que eles ainda não tinham usado desde que eles saíram da casa de Daniel, o isqueiro, uma caixa de fósforos quase vazia, as garrafas de água, os cartuchos para a Shotgun, o seu canivete, e o espaço que sobrou era para qualquer coisa que eles precisassem guardar. Felipe estava com o seu relógio e Daniel com seu mp4. Eles estavam preparados para encontrar a família deles.
- Aonde nós vamos passar a noite, Dani?
- Sei lá, no hospital não dá, deve tá cheio de zumbis.
- Na igreja também não, é muito longe, os agentes podem encontrar nós no caminho.
- Aonde então Felipe? Na galeria Santa Catarina? – era uma galeria que atravessava de uma quadra para a outra, uma galeria comercial bem no centro da cidade, uma bem conhecida pelos gravataienses.
- Não. O ataque dos aviões foi à noite, ela deve ter ficado com as grades fechadas.
- E a casa daquele cara que ajudou a gente depois que matamos o Cérbero?
- Não, é perto do cemitério, e há essa hora por lá já deve estar cheio de zumbis!
Daniel concordou com Felipe e eles continuaram parados pensando onde passar a noite. Após muitos longos minutos Daniel falou:
- Na ótica.
- Que ótica?
- Na ótica Focal, a ótica onde a Rafaela trabalha com a mãe dela.
Rafaela era uma conhecida da igreja de Daniel e Felipe. Ela era bem amiga dos dois. Primeiro Felipe pensou um pouco e quase não quis, mas a cara de empolgação de Daniel fez com que Felipe concordasse, pois ele não queria se arriscar a ver outro amigo infectado.
Os dois saíram pela rua à noite, e correram pela rua até a ótica. Eles olhavam para todos os lados desesperadamente torcendo para não serem vistos por ninguém da Umbrella, nem serem surpreendidos por algum zumbi ou até mesmo por aquele Lycker. E a sorte estava do lado deles, porque viram apenas zumbis que não lhes viram. Ao chegarem à frente da ótica, viram que havia uma grade na entrada, e não sabiam mais o quê fazer.
- Atira com a doze e tenta arrancar a grade.
- Não Dani! Podemos precisar da munição. Vamos procurar outro lugar.
- Aonde? Essa foi minha melhor idéia!
- Já sei! A videolife!
Este era o nome da locadora onde eles costumavam alugar filmes todo sábado, principalmente Daniel, pois Felipe só os alugava quando queria fazer alguma cópia pirata. Esta locadora ficava na rua de trás da ótica, e foi bem fácil de chegar lá.
Já não estava tão calor como a tarde, mas os dois estavam suando como loucos de tanta tensão em ter que cuidar todos os lados, e a noite, que não podiam enxergar tão bem. E para deixá-los ainda mais nervosos viram um Cérbero, que por sinal, também viu os dois e veio correndo.
Os dois já estavam com as armas na mão, e Daniel atirava com as duas pistolas rapidamente, mas não conseguia acertar o cachorro.
- Ele é muito rápido!
O cachorro alcançou os dois e quando ele pulou Felipe acertou ele com a doze enquanto ele estava saltando, e ele voou alguns metros para trás, morto.
- Rí, ríííí... – exclamou Daniel.
Daniel queria ficar observando o cachorro em carne viva todo ensangüentado, mas Felipe o convenceu de que deveriam seguir.
- Pô Dani, desculpa, mas eu pensei melhor e acho que não vai dar pra ficar aqui.
- Por quê?
- Não vamos ter proteção nenhuma, pode entrar um zumbi a qualquer momento. É muito aberta a locadora.
Então correram para um restaurante que ficava bem ali perto, um restaurante do qual Daniel almoçava com seus colegas de colégio de vez em quando. No andar de baixo eram lojinhas pequenas, mas o restaurante ficava no andar de cima.
A porta de entrada no andar de baixo estava trancada, e eles não conseguiam abrir.
- Sai da frente que eu vou atirar! – disse Daniel, mas Felipe disse novamente para ele não gastar mais munição, e começou a chutar a maçaneta da porta como fazia para chutar madeiras no seu treino de Taekwondo. A porta se abriu e Daniel bateu palmas para Felipe, e eles entraram.
Ao subirem a escada, Daniel recarregou uma das pistolas, e eles entraram no restaurante. Estava totalmente vazio, literalmente, porque ao revistarem a cozinha, não havia comida, e isso deixou os dois desanimados, pois só tinham algumas frutas que Felipe pegou no mercado e água. Eles fizeram uma barricada com mesas e cadeiras na porta no andar de cima e jogaram pela escada a mesa do Buffet, que virou uma barricada no andar de baixo. Eles estavam totalmente seguros ali, e assim conseguiram sentar e descansar um pouco.
- O quê nós vamos fazer amanhã de manhã, Felipe?
- Não sei, agora não podemos mais falar com o Bruno.
- Que carro nós vamos pegar?
- Eu acho melhor a gente andar de a pé a partir de agora. Carros podem chamar a atenção dos agentes da Umbrella, e tu sabe muito bem que eles estão atrás de nós.
- Eles nem vão ver nós roubar um carro por aí! Agora que eu tava pegando o jeito... Eu tava até gostando de atropelar os zumbis! Foi tão legal quando eu quebrei a cancela de entrada do Carrefour, vai dizê!
- Entón como que o policial nos viu com o Jipe e veio atrás? Pode acontecer a mesma coisa com os agentes da Umbrella.
- Tá bom! Tá bom! É que eu tô me sentindo um soldado, andando armado, matando zumbis e passando maus bocados!
- Ô Dani, tu se lembra da cara do Duduca lá no mercado?
Daniel não respondeu, pois Duduca era mais amigo dele do que de Felipe, e ele não queria falar mais naquilo, apesar de Felipe também ter ficado abalado por ver o amigo infectado.
Enquanto conversavam eles comiam as frutas que lhes sobraram, pois estavam com muita fome.
- Vamos ter que buscar mais comida lá no mercado amanhã, Felipe. – disse Daniel tirando a casca de uma banana.
- Nem pensar! Sem chance! Eu não volto lá de jeito nenhum com aquele bicho lá!
- É mesmo! O Lycker! Quanta gente ele já deve ter atacado?
- Não sei, mas com certeza foi ele que destruiu o Colégio Dom Feliciano daquele jeito.
- Bá! Pior! E aonde nós vamos procurar as pessoas que foram capturadas pelos agentes da Umbrella?
Ao ouvir isto que Daniel disse, Felipe percebeu que o único jeito de acharem todos que foram capturados seria indo atrás dos agentes da Umbrella, pois eles estavam mantendo essas pessoas presas em algum lugar na cidade.
A noite estava cada vez mais escura, e começou uma chuva muito forte, com muito vento. O assobio do vento era enorme em meio aquele silencio mortal que a cidade estava. De repente a energia do restaurante terminou. As luzes se apagaram.
- Que ótimo!
- Bá Felipe, a previsão do Bruno deu certa, lembra que ele disse que achava que ia chover?
- Aham. Mas eu acho que é por causa da chuva não. É geral. Olha só. – disse Felipe apontando por uma janela.
A cidade inteira se apagou totalmente. Nem os postes de rua estavam acesos. O escuro era muito forte, e como a tempestade estava acontecendo à noite, nem a lua eles podiam ver.
- Espera que eu pego a lanterna. – Felipe acendeu a lanterna, e largou entre os dois, e assim os dois conseguiam enxergar um ao outro.
- Será que foram os agentes da Umbrella?
- Acho que sim. Lembra que o Bruno disse que a internet iria perder o contato, a energia da cidade deve ter sido desligada por agentes da Umbrella, quem mais faria isso na situação que a cidade está?
- Agora sim que Gravataí tá totalmente isolada do resto do mundo, como Raccon City.
Por um momento eles pararam de falar e se dedicaram mais as frutas.
- Nem pudemos aproveitar os Walkietalk, né Felipe?
- Isso não importa, o que importa agora somos nós achar os agentes da Umbrella e salvar as pessoas.
- Mas a gente não tá fugindo deles, Felipe?
- Sim, mas é o único jeito de encontrarmos todas as pessoas que eles pegaram.
Daniel pensou um pouco, e viu que era mesmo a única saída que eles tinham se queriam salvar a cidade do T-Vírus e da Umbrella.
E assim passaram toda a noite, conversando sobre o que fazer e sobre o que fariam depois que tudo acabasse, pois não conseguiam dormir sabendo que alguém ou algo poderia entrar.
Quando viram o sol começar a aparecer, se acalmaram bastante, e perceberam que a lanterna já estava apagada há certo tempo, pois acabou a pilha. Eles arredaram as barricadas com todas as forças que lhes sobraram, pois acabou tudo que eles tinham para comer, e a água já estava com gosto ruim. Os dois estavam fracos já, e não queriam mais sair correndo como loucos por Gravataí. Eles também não agüentavam mais carregar as mochilas, então Daniel pegou uma das facas de açougue de Miguel, e botou na cintura. Depois ele encheu os bolsos com os pentes para as pistolas. Daniel guardou a caixa de fósforos (que ele nem sabia que havia somente três fósforos nela), e o mp4 nos bolsos que sobraram. Felipe pegou o isqueiro, os cartuchos para a Shotgun e seu canivete. Eles começaram a caminhar sem rumo pelo centro da cidade, pois não sabiam aonde encontrariam os agentes da Umbrella. Mas as ruas estavam mais cheias de zumbis a cada hora que se passava. A cidade estava suja e cheia de poças d’água por causa do temporal que houve a noite.
Eles passaram bastante tempo andando a toa matando todos os zumbis que apareciam até que Daniel apontou para cima e mostrou para Felipe que estava vendo alguma coisa.
Felipe olhou bem e viu que eram aviões, e ele e Daniel apenas se olharam rapidamente e começaram a correr, sem saber para onde ir, pois precisavam entrar em algum lugar para se safar do vírus. Eram os mesmos aviões que lavraram a cidade antes, pois o barulho era super reconhecível. Eles correram desviando dos zumbis na rua até que pararam na frente da prefeitura. Eles entraram e saíram fechando todas as portas e janelas. Daniel foi verificar se tudo estava fechado nos fundos da prefeitura enquanto Felipe verificava todas as salas. Em duas salas Felipe encontrou zumbis, e usou a Shotgun contra eles. Eles se sentaram em umas cadeiras estofadas e ficaram esperando.
- Mas o Bruno não falou que haveria outro ataque!
- Eu sei Dani! Mas ele disse que eles não iam fazer tudo como está no site, para não ficar tão óbvio, e caso alguém saia impune dessa, eles tenham a desculpa de que tudo foi mera coincidência.
- Como tá as tuas munições, Felipe?
- Tô com a doze cheia, mas tenho só mais dois cartuchos. Oito tiros. E tu?
- Tenho um pente extra para cada pistola. E uma delas tá pela metade. Só isso.
- Agora vamos esperar.
Eles ficaram lá até dez horas da manhã, e só poderiam sair algumas horas depois, então, mesmo após duas horas muito entediantes e uma falta imensa de assunto, ao meio-dia eles se prepararam para sair. Algum zumbi estava batendo na porta loucamente. Eles haviam feito uma barricada com um sofá. Eles puxaram o sofá, Felipe chutou a porta e quando ela se abriu Daniel disparou um tiro num zumbi que estava na porta. Era algum cidadão azarado.
Pra variar Daniel errou o primeiro tiro, e no segundo acertou o peito dele. Ele atirou pela terceira vez e acertou a testa do zumbi que saltou para trás e caiu como um boneco. Aquilo já não era mais tão horrível para os dois. Após este último ataque dos aviões, as ruas ficaram muito cheias de zumbis, apesar de que antes do ataque, eles não encontraram nenhum sobrevivente. Eles já estavam com pouca munição, então resolveram correr para algum espaço mais amplo. Eles desceram a lomba até voltarem ao restaurante, e seguiram em direção a Lan House e pararam no caminho entre o restaurante e a Lan House, o antigo quiosque de Gravataí, que agora era o centro cultural da cidade, onde se realizavam eventos de musica, feiras de flores, feiras de animais, etc.
Eles pararam na praça e ficaram espantados com a quantidade de zumbis que se aproximava pela avenida principal. Em meio a carros parados por todo o lado, e lojas destruídas, a única coisa que eles conseguiam ouvir era o som dos infectados se aproximando.
- Merda, olha só quantos! O quê que a gente faz Dani?
- Sei lá! Eu não tenho bala pra tudo isso! Tem no mínimo uns oitenta aí!
Eles não sabiam se gastavam as ultimas gotas de suor que lhes restou para correr, não sabiam se paravam e tentavam acabar com os zumbis (Daniel por um momento até mirou nos zumbis, mas pensou melhor e baixou a pistola.), não sabiam se deveriam se esconder, que seria inútil, porque os zumbis sentem o cheiro de humanos, então ficaram parados olhando um para o outro, cada vez mais apavorados.
- Do outro lado também Felipe! – gritou Daniel apontando para a Rua da Lan House.
A rua por aonde eles vieram da prefeitura também estava repleta de mortos-vivos, e quando eles se viraram para a última rua que restou que era rua por aonde chegariam a outro mercado, viram um bando de cachorros infectados.
- Tem uma granada aí, Felipe? – Daniel continuava com senso de humor.
- Corre Dani!
Ao falar isso Felipe correu para dentro do centro cultural, que era a única saída que tinham, e Daniel acompanhou Felipe, é claro. Mas este lugar ficava em meio a todas essas ruas, e eles estavam cercados.
Eles fecharam a porta e ficaram costas a costas, mirando loucamente para todos os lados.
- Parece àquela cena do Resident Evil Apocalypse, lembra Felipe, quando o Carlos Oliveira e toda a equipe da UBCS tá cercada por um monte de zumbis na rua principal de Raccon?
- Acho que não é uma hora boa pra conversar Dani!
- Os cachorros tão chegando!
- Dani! Se for pra acabar aqui, quero te dizer que tu é muito parceria! Baita amigo!
- Tu também cara!
Nisso os zumbis começaram a bater fortemente nos vidros, pois todas as paredes naquele lugar eram de vidro, mas eles fecharam tudo.
Eles ficavam mirando para todos os lados e não sabiam quando deveriam atirar. Eram muitos! Eles só conseguiam ver os zumbis, olhando para eles com aquelas caras machucadas, cheios de mordidas, com roupas sujas e rasgadas.
Este foi o momento em que os dois mais perceberam como o resultado do T-Vírus era tão horrível. E pensar que um dia todas aquelas pessoas foram como eles, tiveram família, amigos, trabalhos, pessoas que as amavam, e de uma hora para outra se tornaram monstros que só pensam em se alimentar. Homens, mulheres, crianças, animais, nada agüentava a devastação do vírus!
Os dois apavorados com aquilo, e cada vez mais zumbis, e eles nem conseguiam mais enxergar a rua, e o barulho que eles faziam de tontos era tão forte que os dois mal escutavam o que o outro dizia.
Eles viam os zumbis olhando na cara deles de modo assustador, impondo medo e demonstrando que eles estavam com muita fome. Os cachorros pulavam no vidro tentando quebrá-los, e os zumbis batiam com as mãos e a cara no vidro, gemendo de fome. De onde teriam saído tantos zumbis de uma vez só? Seria algum plano da Umbrella?
- Merda! Tá quebrando ali naquele canto cara!
E nisso uma parte do vidro se quebrou e muitos começaram a entrar tropeçando uns nos outros. Daniel e Felipe atiravam desesperadamente, e Daniel rapidamente ficou sem munição para uma das pistolas, e jogou ela longe.
Na verdade o que mais impedia eles de se aproximarem eram os disparos que Felipe dava com a doze, que afastava vários de uma vez. Apesar de que Daniel também eliminou muitos zumbis de primeira. À medida que iam entrando mais, os dois iam recuando cada vez mais contra a parede. Até que um dos cachorros pulou para dentro, e Daniel atirou no cachorro, que caiu morto.
- Putz! Acabaram minhas munições de pistola! Essa foi à última bala cara!
- As minhas tão acabando! – disse Felipe colocando os últimos cartuchos na Shotgun.
Muitos zumbis se aproximavam, e estavam já a três metros deles. Até que de repente os zumbis foram metralhados, e uma granada de gás foi jogada para dentro do local. O gás começou a se soltar, e os dois começaram a perder as ultimas forças.
Daniel disse:
- Mãe, te amo!
- Dani, eu não tô te vendo!
- Eu também não!
Com os zumbis todos eliminados, os dois caíram tossindo, e não viram mais nada.
Seria o fim?
ô ô ô
Felipe abriu os olhos e olhou em volta, tentando descobrir para onde tinha sido levado. Ele custou a enxergar bem, porque estava muito cansado e ainda sentia os efeitos da granada de gás. Ele olhou em volta e não conseguia entender onde estava, mas percebeu que Daniel estava amarrado em uma cadeira, atrás dele e como ele. Daniel estava desacordado ainda, mas Felipe bateu a cabeça para trás e Daniel se acordou gritando:
- Diz que não tô morto!
- Fica quieto! Sou eu, Felipe.
- Sir, they do not be sleeping! – disse um homem que estava perto deles, e ele com certeza era um agente da Umbrella. Ele usava roupas pretas, com bolsos para equipamentos, capacete, luvas, e falava inglês.
Ao ouvir isso, outro homem se aproximou com dois guardas a suas costas. Ele aparentava ser o capitão da equipe. Todos eles tinham o logotipo da Umbrella em um braço e o logotipo da Tricell no outro.
Daniel e Felipe ficaram em absoluto silencio escutando o que eles falavam, mas estavam falando tudo em inglês. Enquanto isso, Felipe rapidamente deu um olhada para o lado e viu que estavam dentro da galeria Santa Catarina, onde eles tinham pensado em vir antes, e do lado de fora estava um daqueles camburões que Felipe viu antes de ir jantar com sua vó na sexta-feira à noite. Agora eles tinham certeza de que estavam frente a frente de agentes da Umbrella. As grades na galeria estavam detonadas, se não, não teria como estarem ali. E a galeria ficava bem ao lado do centro cultural onde foram atacados pelos zumbis algum tempo antes.
Estava frio, e Daniel estava tremendo como nunca. Felipe tentou prestar a atenção no que os homens falavam, e o capitão não parava de olhar os dois. Depois ele se aproximou e olhou na cara de Felipe e depois de Daniel, que disse:
- Quê que tá olhando? Por acaso me achou bonito?
Felipe sentiu que Daniel não devia ter falado aquilo, mas para sorte deles nenhum da equipe entendia o português. Felipe olhou bem na cara do homem, e ele tinha uma cara bem grande, serio, com fortes sobrancelhas, olhos bem escuros e uma voz bem grossa. Após isso o homem disse uma coisa aos guardas e deixou o local. Apenas um deles ficou ali cuidando deles, sentado em uma cadeira uns metros ao lado.
Durante alguns minutos, Felipe Daniel e o homem se encararam, e após mais alguns minutos o homem se recostou para trás na cadeira, aparentando estar bem cansado.
Felipe aproveitou a oportunidade e cochichou no ouvido de Daniel:
- Dani, fala baixo. Ele tá quase dormindo. Os outros saíram.
- Eu vou acabar com esses caras! – disse Daniel bem alto, e o homem olhou assustado para eles. Eles se calaram, e após mais alguns minutos torcendo para que o homem não fizesse nada e voltasse a dormir, ele largou sua metralhadora ao lado e recostou-se novamente.
- Onde nós estamos Felipe?
- Na galeria Santa Catarina. Eles deram um jeito de detonar as grades na entrada.
- Entendeu alguma coisa que eles falaram?
Daniel perguntou isso porque sabia que Felipe já havia feito um curso de inglês durante cinco anos, e ele tinha uma noção do idioma, então respondeu:
- Eu entendi pelo que eles falaram que já estavam a tempo atrás de nós, e fizeram um terceiro ataque com os aviões, mas novamente não se infectamos. Então largaram aquele monte de zumbis atrás de nós, e quando viram que não iríamos conseguir mais, abriram fogo contra os zumbis e jogaram as granadas de gás. Eles nos trouxeram para cá por que querem nos levar para a sede da Umbrella nos Estados Unidos para fazerem testes conosco, porque sabem que resistimos o vírus durante muitos dias. Mas eu os ouvi falarem também que finalmente conseguiram encontrar sobreviventes para fazer esses testes.
- Então quer dizer que não são eles que estão capturando as pessoas por aí?
- Isso mesmo. Nós fomos os primeiros.
Nisso o homem começou a roncar, e Daniel quase soltou uma risada, mas Felipe fez sinal para ele ficar quieto.
- Tá com a tua faca aí Dani?
- Não, deve ter caído ali no quiosque quando os zumbis nos atacaram. Os desgraçados pegaram nossas armas também.
- Entón tenta pegar o meu canivete no meu bolso.
Daniel esticou as mãos o máximo que conseguiu, pois eles estavam com cordas amarradas nas mãos.
- Consegui! – disse Daniel quando pegou o canivete no bolso de Felipe.
Daniel levou algum tempo até conseguir abrir o canivete e mais tempo ainda para conseguir cortar a corda, sem contar duas vezes que ele quase deixou cair o canivete. Quando ele conseguiu cortar as cordas das próprias mãos, ele se levantou, e cortou as cordas de Felipe. Eles se levantaram com todo cuidado para não fazer barulho.
- Vamos sair pelo outro lado da galeria, a gente vai sair quase lá na minha Rua Dani!
- Vamos por aqui e vamos roubar o camburão preto deles!
- Não! Eles vão ver. Vamos sair escondidos por este lado e fugir pra algum lugar, porque eu não sei aonde que o capitão foi com o resto da equipe. – E foram saindo abaixados bem de vagar para não acordar o agente que estava cochilando na cadeira.
O coração dos dois batia tão forte de tanta hesitação, e mais ainda quando Daniel se esticou e pegou a metralhadora ao lado do homem. Eles saíram pelo outro lado da galeria sorrateiramente, seguiram pela Rua de Felipe, em direção a sua casa.
- Olha só Felipe! É uma MP5!
Os agentes nem viram a fuga dos dois. Quando estavam passando correndo pela delegacia onde viram aquele policial, Daniel se lembrou dos cachorros que haviam ali, e eles pegaram o caminho contrario, que saia na rua principal, a frente do Carrefour, aonde eles viram o Lycker, que ainda estava à solta. A frente do Carrefour havia uma ferragem, e Daniel entrou e disse que pegaria uma arma para Felipe. Ele saiu de dentro da loja com um facão na mão e entregou para Felipe.
- É melhor do que nada...
Mas eles ouviram o som de um carro, então se abaixaram em um canto, e eles enxergaram um Corcel verde abacate vindo na direção deles.
- Eu sei quem é! – exclamou Felipe.
O Corcel freou bruscamente na frente deles, e da janela do carro ouviu-se uma voz:
- Querem uma carona aí? – perguntou Lucas, outro amigo de Felipe e Daniel, que era mais conhecido por todos como 2pac, ou Twopac, por que ele era parecido com um rapper com este nome.
Ele seguidamente passava na casa de Felipe dirigindo o carro de seu pai, o Corcel verde.
- Acelera esse carro, cara!
- O que tu tá fazendo por aqui, Twopac? – perguntou Daniel.
- Eu tava lá em casa, quando acordei sábado tava tudo detonado e cheio de zumbis, daí em pensei: Bá, eu vou lá à casa do Cabeça, porque eu sabia que tu era viciado em Resident Evil, né, mas quando fui lá de bicicleta, não tinha ninguém, mas eu sabia que tu tava em algum lugar por aí, Cabeça! Aí eu cheguei a casa e não tinha ninguém, e minha mãe deixou um bilhete dizendo que uns homens de preto vieram salvar eles e que era pra eu ficar em casa que eles também viriam me buscar, aí peguei o carro, porque cansei de esperar, e tô aí. Graças a Deus tá tudo bem com a minha família. Agora me contem a historia de vocês, e aonde vocês acharam uma metralhadora?
- É uma longa historia! – disse Daniel.
- Mas será que esses que levaram a tua mãe não são aqueles que levaram os alunos no colégio, e a minha irmã, e a tua mãe Dani?
- Qual? Aqueles que a gente viu no Carrefour quando vimos o Lycker? – perguntou Daniel?
- De que vocês tão falando e o que é Lycker? – perguntou Lucas confuso enquanto dirigia.
- É aquilo ali! – exclamou Felipe apontando para o Lycker que vinha vindo de frente cm o carro. Ele estava transformado, pois já devia ter se alimentado de muita gente, ele acabou se tornando um Réjis Lycker, um Lycker maior, mais magro, porem mais forte e veloz, e com uma língua muito maior.
Lucas não conseguiu desviar do monstro e bateu em cheio nele, e o carro começou a capotar em uma distancia imensa. Eles estavam na frente do Parcão de Gravataí. Após varias capotadas que o carro deu, ele parou virado, e os três se olharam com cara de besta dentro do carro.
- Vamos sair daqui! Meu Deus! – exclamou Twopac saindo do carro.
Eles tiveram muita sorte por terem apenas se arranhado um pouco no acidente. Lucas e Felipe saíram correndo, mas quando Felipe percebeu que Daniel não estava junto deles parou de correr e viu que o Lycker estava em cima do carro e Daniel preso dentro do carro capotado.
- Sai daí Dani!
Daniel estava caído no banco de trás encarando o Lycker e tentando sair antes que o Lycker o percebesse ali, afinal, os Lyckers são cegos.
- Acho que meu pé tá quebrado! Não consigo sair! Merda! Tá doendo!
Lucas começou a correr para o carro, mas Felipe estava sem forças para correr tanto. O Lycker começou a tentar acertar Daniel com sua enorme língua, mas Daniel começou a metralhar o monstro direto no seu cérebro, pois o cérebro deles fica exposto. Lucas tentou tirar Daniel do carro enquanto Felipe chegava. Eles puxavam Daniel para fora do carro enquanto ele gritava de dor e não parava de atirar na cara do bicho. Quando estavam fora, Lucas carregou Daniel nos ombros, e Felipe gastou as ultimas balas no monstro. Somente as balas da metralhadora impediam que o monstro atacasse fatalmente.
Quando as balas acabaram, Lucas já tinha levado Daniel um pouco para longe. Felipe correu tudo que conseguia, e quando se virou viu que o Lycker estava quase morto em cima do carro capotado, mas ele se rastejava para tentar alcançar eles. Felipe viu que o carro havia deixado um rastro de gasolina quando capotou, e o começo da gasolina estava aos pés de Felipe. Felipe puxou do bolso o isqueiro que haviam trazido.
Ele tentava acender, mas não acendia, seu isqueiro estava fraco, e o Lycker já estava descendo do carro.
- Vamos sair daqui logo Cabeça! – gritava Twopac desesperadamente achando que estava sonhando.
- Pega Felipe! – disse Daniel jogando para Felipe a caixa de fósforos quase vazia. Felipe a pegou sem deixá-la cair e tentou acender o primeiro, que se apagou, mas o segundo acendeu. Felipe jogou no chão onde havia gasolina e saiu correndo para junto dos amigos. Eles estavam um pouco longe já do carro.
Eles se jogaram no chão e viram o fogo correr pelo chão até chegar ao carro e ele explodir como nos filmes matando de vez aquele monstro terrível.
Após alguns segundos, eles se levantaram e olharam as chamas que tomavam conta do céu que estava quase noite.
- Rí, ríííí! – exclamou Daniel segurando o facão e apontando ele para cima de alegria. – Heavy Metal! Ai, ai meu pé! Droga! – disse Daniel gemendo.
- É nóis! – terminou Felipe.
- Meu pai vai me matar quando eu contar o que aconteceu com o carro! – disse Lucas, e Daniel e Felipe deram risada.
- Vamos cuidar do teu pé, Dani.
- Vou sentar um pouco, por favor, eu não consigo caminhar. Eu nunca mais quero fazer isso!
- Nos filmes as explosões são mais fracas e mais divertidas, quando não é o nosso carro! – Twopac continuava lamentando o carro.
Lucas e Felipe carregaram Daniel até o centro do Parcão e eles se sentaram em um banco. Lá eles ficaram sentados observando o fogo e a fumaça forte que estava na esquina. Já estava quase noite, e a única coisa que iluminava o local eram as chamas da explosão.
- Dá pra acreditar, cara?
- Eu ainda não tô acreditando! – disse Lucas.
- Então os caras que vimos no Carrefour, e que levaram o Seco, a minha mãe, a tua irmã, e a Bebel não eram os agentes da Umbrella?
- Eu acho que não eram eles. Deve ser alguém que quer impedir tudo isso. E acreditar que nós fugimos deles. Eles estão do nosso lado.
- Olha lá, um zumbi! – exclamou Lucas apontando para um zumbi que se aproximava, mas como estava longe, Daniel e Felipe nem deram bola, porém Lucas não tirava os olhos do zumbi. Era o homem que vendia pipoca no Parcão todos os domingos.
- Então isso faz sentido aquele bilhete que o Seco deixou. Os agentes da Umbrella não dariam tempo pra ele escrever um bilhete.
E antes que pudessem continuar a conversa, na frente deles apareceram ao longe os agentes da Umbrella, pois descobriram que os dois fugiram.
- Eles devem ter ouvido a explosão! – exclamou Felipe.
- Vamos fugir Cabeça! – gritou Twopac querendo correr.
Mas Daniel não conseguia ficar em pé por causa do pé quebrado.
- Eu não consigo correr!
Os agentes desceram do camburão bem perto das chamas da explosão e agora eles estavam com uma equipe bem maior. Eles saíram correndo em direção dos três, todos armados e estavam mirando nos três, e atrás de todos eles o capitão deu comando para que capturassem os garotos.
Quando alcançaram os dois Lucas tentou correr, mas dois dos agentes o seguraram e lhe imobilizaram no chão. Daniel caiu no chão ao tentar inutilmente caminhar. Felipe recuou uns metros, mas ele não queria fugir e deixar os amigos, arriscando ser baleado pelos agentes, então, começou a chutá-los, usando seus golpes de Taekwondo e pelo menos dois deles ele deixou caídos. Felipe estava sentindo uma raiva muito grande, pois sabia que aqueles ali eram literalmente os culpados por tudo que estava acontecendo.
Felipe os chutava desesperadamente, enquanto Daniel caído no chão tentava acertar os agentes que se aproximavam com o facão. Lucas já estava imobilizado e cada vez mais agentes se aproximavam para deter Felipe e Daniel.
- Desgraçados! Saiam! – gritava Felipe chutando os agentes que se aproximavam e jogando as armas deles longe com os chutes.
- Vocês não vão nos pegar, seus americanos de uma figa! –gritou Daniel, mesmo sabendo que eles não entendiam nada.
- Eu não fiz nada! – falou Lucas. – Ai meu Deus!
Vários já estavam em volta de Felipe, e ainda não tinham conseguido se aproximar de Daniel que estava caído rosnando como um animal e ameaçando atacar com o facão. Enquanto isso o capitão se aproximava lentamente gritando com seus homens para que pegassem logo os dois.
Até que Daniel acertou a perna de um deles com o facão como se fosse uma rápida espada. O homem deu um grito e caiu, e nisso Felipe se distraiu para ver quem deu o grito, e quando olhou para o lado um deles deu uma coronhada em Felipe, que caiu no chão quase desmaiando.
Dois agentes imobilizaram Felipe, que não parava de gritar e tentar se soltar. O capitão chegou empurrando seus homens e apontou um revolver na cara de Daniel e disse:
- Give me your knife, motherfucker! Now!
- Pode repetir! – gritou Daniel jogando o facão no capitão, mas eles já estavam sem força, e o homem pode desviar facilmente do facão, então Daniel logo foi imobilizado também.
Daniel estava com muita dor no pé, e quando viu que errou o facão e estava desarmada, se jogou totalmente no chão e ficou esperando para ver o que fariam com ele, e Felipe parou quando quatro agentes lhe seguraram.
Neste momento Felipe e Daniel se lembraram de tudo que fizeram juntos, de tudo que passaram ali naquela cidade após a epidemia, de suas famílias e também se lembraram de todas as vezes que se juntaram para jogar Resident Evil.
Os dois imobilizados se olharam, como que dando um adeus um ao outro, pois ali era o fim, estava tudo acabado!
Mas a última gota de esperança brilhou quando viram atrás deles um monte de homens vestidos de preto, armados com metralhadoras e com mascaras de gás. Eram os homens que eles viram no Carrefour, e sem pensar duas vezes eles abriram fogo contra os agentes da Umbrella, e se iniciou um tiroteio. Daniel, Felipe e Lucas continuaram deitados no chão, para não levarem nenhuma bala perdida.
Como estavam bem no meio do Parcão, não havia onde os agentes se protegerem dos tiros, e após algum tempo de fogo aberto todos os agentes da Umbrella caíram mortos, mas o capitão tentou correr, mas Felipe e Daniel olharam e viram aquele homem careca de barbicha que eles viram no Carrefour, mirando com um rifle de alta precisão, antigo de madeira da segunda guerra mundial. Ele era o capitão da equipe. Ele disparou com sua Carabina 98K e o capitão da equipe da Umbrella caiu morto.
Após todos aqueles disparos de metralhadoras, o tiro da Sniper formou o silencio novamente.
Lucas perguntou levantando a cabeça bem devagar:
- Já dá pra levantar?
 Os homens se aproximaram, e enquanto uns explicavam tudo a Lucas, o capitão se aproximou de Felipe e Daniel.
- Finalmente os encontramos! Vocês são corajosos, hein?
Felipe e Daniel apenas se olhavam e observavam o homem, esperando que o homem desse explicações a eles.
- Levantem-se, soldados.
Felipe e Daniel custaram a perceber que os soldados de quem o homem se referia eram os dois.
- Meu pé tá quebrado.
- Homens, os levem para o caminhão, eles estão feridos.
Dois deles carregavam Daniel enquanto Felipe ia caminhando, e foram levados até um caminhão preto na outra esquina. Todos os membros da equipe ficaram na parte de trás do caminhão junto com Lucas, enquanto Felipe e Daniel estavam sendo levados para frente, junto ao capitão e mais um homem para dirigir, que era o outro homem que eles viram no Carrefour, dizendo que os dois estavam fugindo deles.
Mas quando o homem abriu a porta do caminhão para eles entrarem, eles se depararam com ninguém mais ninguém menos que Bruno! Neste momento os dois ficaram muito confusos, pois não estavam entendendo mais nada.
- Entrem aí, tem lugar pra todo mundo! – disse Bruno.
Todos se sentaram e o capitão deu a ordem para que seu agente começasse a dirigir e se voltou para os dois.
- Me digam qual de vocês é o Felipe e qual é o Daniel.
- Eu sou o Felipe.
- E eu sou o Daniel. Pode nos explicar o que está acontecendo?
- Meu nome é André Braga, e sou o capitão desta equipe. Este é Marcos, o subchefe da equipe. – disse ele apontando para o que estava dirigindo, que só balançou a cabeça dando oi.
Eles estavam seguindo para algum lugar que Daniel e Felipe nem imaginavam, e a única luz que iluminava a rua eram os faróis do caminhão, e já não se podia ver ao longe as chamas da explosão.
- Continuando, nós somos uma equipe criada por mim, é claro, e queremos impedir a Umbrella de que cometam mais ataques como esse. Nós já estamos a dois anos tentando acabar com eles e descobrir onde é à base deles, mas ainda não descobrimos, então fazemos o que está ao nosso alcance, no caso, salvar as pessoas nas cidades atacadas. Mais cidades foram atacadas em todo o Brasil e na América do Sul inteira. Nós começamos a trabalhar contra a Umbrella quando ouve um ataque na Europa há alguns anos. Eu morava lá, e fui um dos únicos sobreviventes. A Umbrella está metida em tudo, imprensa, jornalismo, policia e tudo! E assim, nenhum outro lugar ficou sabendo do que aconteceu lá na cidade de Ostia, na Itália, onde aconteceu este ataque do qual eu sobrevivi. Eu morava lá com minha família, mas todos foram infectados. Eu conhecia Resident Evil, e acredito que foi graças a isso que sobrevivi. Desde então, recrutei pessoas por todo o mundo dispostas a me ajudarem a derrotar a Umbrella, que na verdade é a Tricell. Nós acreditamos que a Capcom tenha alguma real ligação com a empresa que causou tudo isso, porque seria o único jeito da Capcom repassar para sites de Resident Evil exatamente o que está acontecendo de verdade, seria muita coincidência se a Capcom não tivesse nada a ver com isso. E acredite, a Umbrella existe! Ouviram garotos? A Umbrella existe. Marcos é o único brasileiro da equipe além de mim, lá atrás tem gente de toda a parte do mundo, Itália, França, Argentina, Estados Unidos, Alemanha, e muitos outros países por onde viajei quando era do exercito. – Daniel e Felipe escutavam atentos o que o homem falava, e Bruno estava com uma cara de satisfação e alivio por ver os amigos.
Daniel estava com muita dor no pé, e estava louco para que pudesse se deitar no banco daquele caminhão. O homem continuou:
– Nós estávamos atrás de vocês desde que encontramos um homem infectado perto de nossa base, e ele disse que havia dois garotos que conheciam Resident Evil que estavam por aí tentando salvar a cidade. Ele pediu para eu matá-lo porque ele estava infectado, mas não tive que fazer isso, porque tínhamos o antivírus, e ele já está a salvo. Então a gente tentou achar vocês, mas vocês fugiam de nós. Achamos a casa de vocês graças ao nosso contato – disse olhando para Bruno. – e ele nos disse onde era casa dos dois, então fomos à casa dos dois, e na casa de um de vocês encontramos sua irmã e o namorado, e na casa do outro a avó de um de vocês, tal de Jairo, a vizinha e num açougue o seu padrasto e a ajudante. Estamos salvando todos que encontramos. Agora acho que o soldado Bruno pode explicar o resto a vocês até chegarmos à base.
- Bom ver vocês. Eu só explico tudo se vocês prometerem que vão tomar um banho depois!
Felipe e Daniel caíram na risada.
- Como tu veio parar aqui Brunão?
- Eu estava falando com vocês quando caiu a internet de vocês, e perdemos o contato, aí a tua mãe se apavorou Felipe, e queria vir te ver logo. A tia Helena tava lá em casa também, mas o carro deles tá estragado, então nós viemos todos na Brasília do pai. Quando chegamos aqui fomos direto pra tua casa Felipe, e a Ana não tava mais lá, mas encontramos esse pessoal legal. Eles nos levaram para a base onde tá todo mundo.
- A minha mãe tá lá? – perguntou Daniel com um sorriso na cara.
- Sim, tá todo mundo lá, a vó Dinorah, o Miguel, a mãe de vocês dois, os caras que estavam na Lan House com vocês, todo mundo que eles encontraram pela cidade.
- Porque vocês fugiram de nós no mercado? – perguntou o capitão André olhando para os dois com cara de brabo.
- Nós achávamos que vocês eram os agentes da Umbrella. – respondeu Daniel.
- Nós temos que usar roupas coloridas, Senhor. – disse Marcos rindo enquanto dirigia.
Bruno continuou:
- Eu expliquei tudo a eles que já nos conhecíamos, e que eu estava em contato com vocês, e comecei a ajudá-los a procurar vocês.
- Depois que nós vimos o carro de vocês no Carrefour, garotos, nós encontramos um Lycker. Havia muitos pela cidade, esse foi o terceiro que eliminamos. – Daniel e Felipe se olharam assustados, porque achavam que o que eles mataram era o mesmo que viram no mercado. – O primeiro que encontramos foi em um Colégio chamado Dom Feliciano.
- Nós também encontramos um! – disse Felipe. – E o matamos.
- Parabéns! – disse Bruno achando muito legal o que escutou.
- Nós fomos a Lan House, e levamos seus amigos, e eu disse para o capitão da Lan House escrever um bilhete para vocês dizendo que estávamos lhes procurando, mas vocês continuaram fugindo. Mas fomos ao Carrefour atrás de vocês e só encontramos o Jipe.
- Bem, o que eu não esperava era que acabassem com a energia da cidade. – disse Bruno –, eu achei que não seriam capazes de fazer isso. Mas várias cidades ainda estão atacadas, mas Gravataí vai voltar à normalidade em poucos dias, graças a vocês e esta equipe.
- Mas só porque aqueles agentes da Umbrella foram mortos e vários Lyckers também a cidade está salva? – perguntou Daniel.
- Antes de sair de casa, o pai avisou a policia, e eles não acreditaram, mas eu fiz questão de mostrar as conversas que tivemos por MSN e Orkut e mostrei também o revil. Eles entraram em contato com o exercito, que já deve estar chegando à cidade com varias tropas de combate. Todos os zumbis serão eliminados. A equipe da Umbrella foi muito ingênua ao pensar que conseguiriam impedir totalmente o contato de pessoas de dentro da cidade com pessoas de fora. Todo mundo sabe que noticias assim correm rápido pela língua das pessoas, e rapidinho todo o país vai estar a par da situação. – disse Bruno super entendido no assunto.
- Heavy Metal! – exclamou Daniel.
- Até o Twopac tá aí, né? – perguntou Bruno.
- Chegamos Senhor. – disse Marcos parando caminhão.
Daniel e Felipe olharam para rua e não conseguiam enxergar nada, por causa da escuridão. Mas quando desceram do caminhão, dois homens carregaram Daniel, e ele e Felipe conseguiram enxergar com a luz do luar que estavam na frente da casa do homem que lhes ajudou logo que tudo começou aquele que foi infectado, e a base que André falou era o estádio do time Cerâmica, de Gravataí. Um dos homens abriu a porta e eles entraram, vendo todo o estádio tomado por barracas, onde estavam as famílias que foram salvas.
- Agora que vocês vão ver todo mundo de novo, devo avisá-los que todos que encontramos e trouxemos para cá usaram a T-Vacina ou o antivírus, e você terão que usar também. Não podemos arriscar perder mais gente.
Então eles injetaram a T-Vacina nos dois e entraram. Lá em baixo no campo, muita gente veio ver eles. Daniel ficou sentado em uma cadeira, e junto dele estava sua mãe, Miguel e os seus amigos do time de futebol da rua dele.
- Bá, Daniel! Tem que acreditar! Eu não tô mentindo dessa vez! – disse Johnny falando por todo o time. – Nós fomos jogar lá na chácara, e no outro dia tava tudo cheio de zumbis! Aí esses caras apareceram lá e trouxeram-nos pra cá! Tri massa!
 - O que houve com o teu pé, Daniel? – perguntou sua mãe. – Só tu mesmo né?
Enquanto isso, Felipe falava com sua mãe, seu pai e toda sua família.
- Como tu tá sujo, filho! – exclamava sua mãe lhe abraçando desesperadamente. – Me conta tudo que aconteceu com vocês!
Ali estavam também a Tia Helena, os pais de Bruno, a Dona Maria, sua vó Dinorah, Jairo, Bruno, sua irmã e seu cunhado Fernando, além de muitos cidadãos que eles não conheciam. Sua irmã estava com a Bebel no colo. Até o padre da cidade estava ali a salvo.
- Onde tá a minha arma, Daniel? – perguntou Miguel a Daniel.
- Áh... A arma... É uma longa historia Miguel!
- Daêe, Cabeça! – chegou Soneca junto de Nickolas.
- Daêe, Soneca!
- E aí Cabeça! Como é que vai essa força? – falou Nickolas, sempre brincalhão.
Seco, Ricardo, Gustavo e Cardoso se aproximaram de Daniel ansiosos para saber o que aconteceu:
- E aí, Gomes! – disse Gustavo.
- O que houve com o Duduca, maluco? – perguntou Cardoso.
Daniel explicava a eles o que aconteceu no mercado enquanto a vó de Felipe lhe abraçava.
- Aonde tá o mano? – perguntou Felipe se referindo ao seu irmão Luciano.
- Tá lá dentro jogando xadrez com o meu irmão. – respondeu Bruno.
- Como é que tá a minha Lan House, Daniel? – perguntou Seco.
Enquanto isso Twopac conversava com mais amigos dele e de Felipe, o Figther (que foi apelidado assim por ser muito brigão), o Douglas e outro Felipe, conhecido como Bem-te-vi.
- E aí Daniel! – disse Vítor chegando rindo.
Nisso apareceu o homem que ajudou eles e depois foi mordido no outro lado na rua logo que eles saíram pela cidade atrás da mãe de Daniel.
- Acho que me esqueci de apresentar no nosso primeiro encontro. Meu nome é Alberto. Fico feliz em ver que conseguiram salvar a cidade. Parabéns! Eu disse que vocês conseguiriam porque conhecem Resident Evil!
Daniel e Felipe ficaram muito felizes em ver de novo aquele homem. Mas antes que pudessem falar alguma coisa com o homem ou com seus familiares, eram tantas pessoas em volta dos dois, e começaram a chegar pessoas que eles nem conheciam pedindo para que lhes contassem por tudo que passaram naqueles dias, e uma mulher apareceu e falou uma coisa que até surpreendeu os dois:
- Depois vocês podem me relatar tudo que aconteceu, por favor, eu sou da edição do jornal Zero Hora, e acho que seria uma boa reportagem para a edição do mês que vem. Que tal?
E foi assim aquela noite, os dois sendo assediados por todos. Na hora que eles conseguiram ir dormir, finalmente descansaram. No outro dia pela manhã, eles já podiam ouvir tiros e explosões do exercito pela cidade. Os dois dormiram um dia inteiro para recuperar as forças. O capitão André se aproximou deles e da família deles para falar com os dois.
- Eu admiro muito vocês, garotos. Vocês são muito corajosos por terem enfrentado tudo isso. Espero que continuemos em contato. Vocês já estão na equipe soldados, já sabem né?
- Vocês vão ir a todas as cidades infectadas? – perguntou Daniel.
- Nós já tínhamos equipes espalhadas em todas as cidades atacadas, mas graças ao nosso amigo Bruno, o exercito já está a caminho de todas as cidades atacadas e logo tudo voltará à normalidade.
- Obrigado, obrigado. – disse Bruno.
- Nós contamos com vocês três, não se esqueçam de nós. E qualquer coisa que descobrirem sobre a Umbrella real tentem nos comunicar. Daqui um tempo nós entraremos em contato com vocês, não se preocupem.
E graças à boa ação do exercito na cidade, em um mês as pessoas já puderam voltar as suas casas. Daniel engessou seu pé. Quando se despediram da equipe e voltaram para casa, eles tinham certeza que algum dia ainda ajudariam aquela equipe de novo contra o T-Vírus.
Na primeira semana em casa eles passaram só dormindo e tomando vários medicamentos, pois estavam fracos por ficar sem comer e sem dormir. Daniel pegou uma gripe muito forte que lhe deixou de cama por dias. Eles ficaram conhecidos por todos em Gravataí como “os garotos que salvaram a cidade”.
Mesmo estando de cama, e em repouso eles eram assediados pelas pessoas. Criancinhas pediam autógrafos, o Orkut dos dois se encheu de fãs e amigos que eles não conheciam e etc. Em mais duas semanas a cidade começou a ser reconstruída, e em mais um mês os lugares voltaram a funcionar. Os mercados e escolas levaram mais um mês e meio para voltar à normalidade. Eles começaram a sair em revistas e jornais, mas a reportagem de que mais gostaram foi a do jornal Zero Hora, em que foram entrevistados ainda enquanto estavam no estádio.
ZH
A cidade que foi tomada por zumbis foi salva por três garotos!
Gravataí, a cidade tomada por morto-vivos foi salva por três garotos e uma equipe secreta que dizia estar ali para acabar com uma empresa dita como responsável pelo ataque biológico a cidade.
A
 Cidade de Gravataí, localizada no RS, foi vítima de um ataque biológico terrorista realizado por uma empresa mundial de medicamentos chamada Umbrella Corporation. Também conhecida como Tricell inc., esta é uma empresa ilegal que trabalha com armas biológicas (BOW), vírus e experiências genéticas. A cidade foi tomada pelo tal vírus produzido por esta empresa após um ataque a cidade, feito por aviões de lavouras que espalharam o vírus. Todas as pessoas que inalaram o vírus acabaram se transformando em mortos-vivos, que tem apenas uma necessidade, se alimentar. E todas as pessoas mordidas também se transformavam, e isso gerou uma grande epidemia pela cidade, que começou a ser destruída por uma equipe desta empresa que estava na cidade para garantir que nada saísse dos planos da empresa. Eles interromperam a internet na cidade, acabaram com a energia da cidade, as linhas telefônicas foram cortadas, e a televisão e rádio perderam o sinal, pois a tal equipe da empresa destruiu as torres de energia da cidade e torres telefônicas, tentando evitar qualquer contato de sobreviventes com pessoas de fora da cidade. Eles também acabaram com a energia da cidade já após alguns dias de infecção. Mas dois garotos que estava na cidade atrás de sua família abriram contato por internet com outro garoto na cidade de Porto Alegre. O garoto de Porto Alegre, chamado Bruno Pereira, concedia informações para os outros dois que estavam em Gravataí, enfrentando os “zumbis”. Eles enfrentaram o frio, a fome, o sono, e viram várias pessoas serem infectadas, além de eliminar um monstro largado na cidade pela equipe da empresa. Seus nomes são Felipe Selister e Daniel Gomes. Eles agüentaram vários dias nesse “inferno” até entrarem em contato com a equipe clandestina que apareceu para acabar com a empresa. A equipe não quis falar muito com o nosso jornal, mas alegaram que a empresa existe sim, e que o mundo deve apartir de agora se juntar e descobrir onde se localiza a empresa Umbrella Corp. E ela deve ser destruída, pois suas pesquisas são ilegais. “O mundo não pode sofrer mais ataques como esse” disse o homem que se dizia capitão da equipe. Nenhum integrante da equipe quis revelar sua identidade. E a prova de que a empresa existe foram os corpos encontrados em um lugar publico na cidade. Eram os tais agentes da equipe da empresa, com o logotipo da empresa em suas roupas, e todos armados. Os monstros mortos encontrados em uma casa, em um colégio, em um supermercado e em uma avenida são outra prova de que a tal empresa Umbrella realmente existe. A empresa é desconhecida por todo o mundo, mas ela tem alguma base secreta em algum lugar no planeta. O garoto Bruno Pereira comunicou o exército e o exército terminou o trabalho que os outros dois garotos começaram na cidade, e após vários dias de batalha, eles conseguiram voltar para casa e continuar a vida cotidiana de todos, mas outras cidades podem estar sendo atacadas pela Umbrella e ninguém estar sabendo, então é melhor acreditar que tudo isso é verdade e que essa empresa deve ser desmascarada. Nós falamos também com os três garotos. Vejam o que cada um deles nos disse em poucas palavras: Nós passamos por maus bocados em Gravataí, mas tivemos muita sorte e a ajuda da equipe clandestina, que também fez muita coisa contra o vírus, e só quem esteve lá e sobreviveu sabe expressar o que é o T-Vírus, disse Felipe Selister. O outro garoto, Daniel Gomes foi perfeito em poucas palavras: Nós enfrentamos o T-Vírus como machos, e acabaremos com a Umbrella! E o garoto que concedia as informações, Bruno Pereira falou: Eu consegui todas as informações e repassei-as aos meus amigos que estavam presos na cidade atacada, mas rapidamente comuniquei o governo e o exército foi enviado à cidade. Espero poder ajudar mais vezes como esta com tanto que seja para acabar com a Corporação Umbrella. A empresa Capcom, desenvolvedora de games e criadora da série Resident Evil está sendo investigada por dúvidas que o governo tem de ela ter alguma ligação com a empresa Umbrella. A prova disso será mostrada a baixo. Este foi um arquivo conseguido pelos garotos em um ato de coragem e heroísmo. Estes acontecimentos ficarão marcados na história como “Resident Evil Brasil”.
*Resident Evil na America do Sul*
Esta é a nova tentativa da Capcom™, um Resident Evil em países exóticos. Este jogo apresenta mais o trabalho da Umbrella com o T-Vírus, e conta sobre a epidemia que a Umbrella causou em varias cidades pequenas de muitos países da America do Sul com a tentativa de acabar com o mundo aos poucos como foi com Raccon City. A estratégia que a Umbrella usou foi soltar o T-Vírus pelas cidades usando aviões de lavouras durante a noite para que os aviões não fossem vistos pelo povo, e todos que estivessem na rua foram infectados. Mas na verdade não era a Umbrella, e sim a Tricell, de A. Wesker, que só usou o nome da Umbrella para confundir o povo. Eles mandaram agentes com camburões da Umbrella para destruir as torres de radio e telefônicas, para impedir contato de sobreviventes com pessoas de fora da cidade por via rádio, telefone, fax, e as televisões também perderam o sinal, para as pessoas não saberem nada mesmo do que está acontecendo dentro ou fora da cidade. A Umbrella (ou a Tricell) tentava enquanto os sobreviventes tentavam sobreviver em meio a zumbis, buscar um meio de impedir o contato por internet e acabar com a energia da cidade. Mas como a internet é uma rede muito complexa, esta parte foi mais difícil. Após algum tempo eles lavraram as cidades novamente para aumentar a infecção. Mas a Umbrella dava mais importância para as epidemias que causaram no Brasil, que é o maior país da América do Sul. E nesta aventura você deve controlar os civis, sobreviventes, como em Resident Evil Outbreak e Resident Evil Outbreak FILE #2. A jogabilidade é como nesses dois Resident Evil. Este novo Resident Evil poderá ser chamado de Resident Evil Outbreak FILE #3, in the South America. Mas você terá que além de fugir dos zumbis, fugir também dos agentes da Umbrella, que querem cobaias para experiências.
ô ô ô
O arquivo era o que Daniel havia salvado no seu mp4 quando eles ainda estavam na Lan House, o arquivo que pegaram no revil, o site. Este site foi fechado pelo governo, por divulgar arquivos concedidos pela Capcom. A Capcom entrou em guerra com o governo, pois ela estava prestes a falir por causa do ataque à Gravataí. Daniel, Felipe e Bruno só tinham uma preocupação em relação ao fechamento da Capcom: quem iria inventar os jogos e filmes Resident Evil?
Daniel e Felipe se tornaram astros em Gravataí, e Bruno, mais ainda em Porto Alegre, por ceder tantas informações importantes ao governo. A vida deles se tornou mais divertida após tudo aquilo, mas eles esperam não ter que passar por nada como aquilo nunca mais.
A equipe do capitão André nunca mais foi vista por eles nem por ninguém até então. A cidade se reconstruiu aos poucos e com o tempo tudo voltou ao normal. A Lan House de Seco começou a ter o dobro de clientes por dia, porque as pessoas queriam conhecer o lugar que foi a principal base general dos “garotos que salvaram a cidade”. O pai de Lucas, o Twopac, comprou um carro novo, pois o dele tinha sido destruído contra o Lycker, e ele começou a ser bem conhecido também, pois ele fazia questão de falar para todo mundo que ajudou Daniel e Felipe a enfrentar um monstro gigante. Dona Maria arranjou outra cadela, e Miguel abriu um mercado grande, que rendeu bastante, e também ficou famoso por ser da família de Daniel, inclusive a vó de Felipe, Jairo, Flavia e todos que estavam envolvidos na história que aconteceu com Felipe e Daniel também ficaram famosos em todo Brasil. Bruno passou a vir mais seguido na casa de Felipe, e Bruno estava bem feliz, porque também ficou famoso e seguidamente canais de TV e radio queriam suas entrevistas.
A energia da cidade, a comunicação de rádio, internet e TV foram restauradas, e a mídia não sabia falar em outra coisa a não ser Resident Evil Brasil, Umbrella, T-Vírus e sobre os três, que começaram a serem entrevistados até na televisão internacional.
Mas a família deles ficou mais unida, todos sempre juntos festejando. A mãe de Felipe quase não o deixava sair, por medo de que acontecesse alguma coisa com ele, alguma coisa a ver com a Umbrella, e o T-Vírus. E a mãe de Daniel a mesma coisa. Ela terminou seu curso técnico no Colégio Dom Feliciano, que foi reconstruído rapidamente. A diretora foi infectada, pelo menos era o que todos achavam, pois seu corpo não foi encontrado nem pelo exército, ou ela teria dado um jeito de fugir. Pesquisas começaram a serem realizadas sobre o T-Vírus por muitos laboratórios no mundo inteiro, mas amostras do antivírus e T-Vacina somente quem tinha era a equipe clandestina do Capitão André.
ô ô ô
Bastante tempo depois de tudo aquilo, já estava no final do ano de 2009 e Daniel já havia tirado seu gesso. Felipe trocou de faixa no seu treino de Taekwondo.
Certo dia Felipe ligou para Daniel, mas sua mãe atendeu:
- Oi, é o Felipe. O Dani tá aí dinda Nice?
- Só um pouquinho Felipe. Ô Daniel, ó o telefone! É o Felipe.
- Alô.
- Heavy metal?
- Heavy Metal. Qual é que é?
- Posso ir aí à tua casa hoje?
- Claro. Que hora tu vem?
- Agora!
- Pode ser!Vê se não demora Felipe.
- Daqui a pouco eu tô aí.
- Falou.
- Falou.
Felipe desligou o telefone, pegou a mochila, botou seus bonés na mochila (os novos), pegou a bicicleta e saiu.
- Felipe, arruma o freio! – gritou seu pai, mas ele não ouviu nada e saiu em disparada para a casa de Daniel.
Chegando à casa de sua vó, largou a bicicleta, verificou se sua vó não havia feito nenhum bolo, depois foi para a casa de Daniel.
- Não se esquece de vir na hora da janta, Lipe.
- Tá bom, vó.
- Vê se não demora Chiquinho! – disse Jairo.
Felipe chamou Daniel na frente de sua casa, e ele só fez sinal para Felipe entrar.
Eles se cumprimentaram com o toque de mãos que eles inventaram, e Felipe fez a pergunta de sempre:
- Daêe. Tá sozinho?
- Minha mãe tá no mercado com o Miguel. Vamos jogar Boxhead no clickjogos?
- Vamos lá!
Enquanto jogavam Boxhead (lembrando: É UM JOGO DE MATAR ZUMBIS), Johnny chamou na frente da casa.
- Ô Daniel, me empresta o Resident Evil #4 de novo pra eu jogar com o meu primo Jonathan, ele veio de novo. Empresta?
Antes que Daniel respondesse, Felipe apareceu na janela e gritou para Johnny:
- Deixa de ser mentiroso, cara! Teu primo nem tá aí! E Resident Evil não se empresta! Tchau! Resident Evil é coisa pra homem!
- Calma Felipe!- disse Daniel fechando a janela.
- Quê que é? Tu é homem ou o quê?
Daniel deu risada e eles foram para a internet.
- Nunca mais empresta o Resident pro Johnny, tá Dani!
- Por quê?
- Porque na ultima vez que tu emprestou a cidade foi atacada pela Umbrella!
 E assim aos poucos eles voltaram à rotina. As coisas voltaram a ser como eram antes, mas eles ficaram conhecidos por todos, a Capcom entrou em guerra para continuar de pé. Eles até lamentavam saber que a Capcom fecharia, mas eles queriam saber mais sobre isso, descobrir se realmente a Capcom estava ligado a Umbrella. A Capcom era uma das melhores empresas de jogos de videogame, e sem ela os jogos perderiam a qualidade, mas Daniel, Felipe e Bruno não creditavam que a Capcom também fosse culpada, mas eles tinham certeza de que acabariam com a Umbrella Corporation um dia, e que com certeza ajudariam a equipe do Capitão André a deter a Umbrella e exterminar o T-Vírus do planeta. Agora os dois viram como realmente seria difícil se tudo que acontece nos jogos Resident Evil acontecesse de verdade. Gravataí teria sido destruída por um míssil nuclear, mas isso são somente fatos do jogo Resident Evil...
FELIPE DISSE:
- Dani, será que nós vamos rever o Capitão André?
DANIEL DISSE:
- Não sei, espero que sim, e espero que não seja somente quando estivermos presos de novo em uma cidade cheia de zumbis! Sahusauhsahuasuh...
BRUNO DISSE:
- E será que não existe o G-Vírus por aí? Ou Vírus Uroboros e Las Plagas? – perguntou Bruno, que também estava na conversa no MSN.
DANIEL DISSE:
- Eu espero que não!
FELIPE DISSE:
- Será?
_Felipe Selister_

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